O procurador da República Paulo Gomes Ferreira Filho quer saber o motivo de a Polícia Rodoviária Federal, a despeito de ter comprado equipamentos para detecção de drogas e entorpecentes conhecidos como “scanners”, jamais tê-los utilizado na prática. O motivo apontado por ele parece absurdo: os agentes rodoviários federais não fazem uso do equipamento porque simplesmente não saberiam mexer com eles.
O assunto acabou virando um inquérito civil público do Ministério Público Federal, para se apurar o porquê da não-capacitação dos agentes rodoviários federais.
O texto do procurador fala em “necessidade de melhor instruir o feito, aguardando-se a conclusão do processo de capacitação de policiais rodoviários federais para evitar a subutilização de equipamento scanner de veículos para fins de localização de drogas e entorpecentes”.
Também determina a conversão do Procedimento Administrativo autuado sob nº 1.20.000.000887/2015-82, “para promover ampla apuração dos fatos noticiados”.
“Após os registros de praxe, publique-se e comunique-se esta instauração à 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, para os fins previstos nos arts. 4º, VI, e 7º, § 2º, I e II, da Resolução n.º 23/2007 do Conselho Nacional do Ministério Público”, continuou o procurador da República.
O prazo para conclusão do inquérito civil público é de sessenta dias, “aguardando-se a conclusão do projeto de capacitação”.
OUTRO LADO – O Departamento de Comunicação da PRF em Mato Grosso disse que é um procedimento normal, “há a denúncia e vamos responder”, e que a responsável por ministrar o curso é a empresa ZBV. “Isso sempre foi feito na academia da PRF em Santa Catarina, mas agora será realizado em Mato Grosso”.
A PRF esclarece, entretanto, que o equipamento não estava parado. “Tínhamos poucos colegas habilitados para o serviço, mas agora que o curso será realizado em Mato Grosso, a qualificação de mais agentes será facilitada e o trabalho poderá ser realizado com mais naturalidade em qualquer trecho que acharmos conveniente”.