A “persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira” é o tema do I Colóquio de Discussão de Direitos da Mulher, que será realizado nesta segunda-feira (23.05), na sede do Rotary Club, em Cáceres. O colóquio será promovido pelo Conselho Municipal de Direitos da Mulher – CMDM, órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa, regido pela Lei Municipal 1.996 de 28 de Março de 2006.
O evento terá como facilitadora a psicóloga Sr.ª Letícia Bonfanti Arbnés, servidora há 05 anos da Delegacia da Mulher do município de Rondonópolis – MT, e o público alvo serão mulheres que tem atuado veementemente na proteção e defesa de seus pares, principalmente no que se refere as novas perspectivas de políticas públicas para o Município que permeiam entre as diretrizes e metas do Plano Municipal de Políticas para as Mulheres, em pleno movimento de elaboração pelo CMDM e parceiros.
O enfrentamento à persistência da violência contra a mulher é um desafio dinâmico e histórico em nossa sociedade. O colóquio traz novamente à tona o tema da redação do Enem 2015. E, caso você ainda esteja duvidando da importância do tema da redação e de reforçar este debate, é notório que, ainda que se tenha avançado bastante com a emancipação progressiva do gênero feminino, não foram superados os paradigmas de um modelo patriarcal, no qual é naturalizado o direito dos homens de controlar as mulheres, podendo chegar, até mesmo, à violência.
Vale ressaltar ainda, que é importante citarmos alguns dados nacionais (www.buzzfeed.com) como referência para ilustrar, mesmo que obscuramente tal discussão: 1) 5 mulheres são espancadas a cada 2 minutos no Brasil. 2) O parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais 80% dos casos de violência reportados pelas mulheres. 3) O Brasil ocupa a 7ª posição no ranking de países onde acontecem mais assassinatos de mulheres. 4) 54% dos brasileiros conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro. 5) 7 em cada 10 mulheres já foram ou serão violentadas em algum momento da vida.
Em Cáceres os dados ainda são subnotificados e em processo de sistematização, apesar de termos conhecimento de inúmeros processos e atendimentos nos diversos órgãos de proteção e defesa da mulher (Ministério Público, Delegacia Especializada, Poder Judiciário, Centro de Referência Especializado de Assistência Social Conselho Tutelar (não podemos esquecer das crianças e adolescentes vítimas de violência), o que se torna esse diagnóstico mais um desafio para essa gestão do CMDM.
A presidente do CMDM, Sr.ª Maria José Dantas enfatiza que, “pensamos no colóquio como um momento em que pudéssemos reunir um grupo de mulheres dos diversos espaços de luta/militância em defesa dos direitos da mulher e da igualdade de gênero para um diálogo respeitoso e reflexivo, e assim fortalecer todas nós mulheres que nos multiplicamos no cotidiano para existir e ser mulher em uma sociedade patriarcal e machista que persiste em segredar as mulheres à espaços e funções subalternas, desigual e vulnerável”.
Com todas essas evidências que incomodam tanto o CMDM quanto a todos que acreditam em ações afirmativas de enfrentamento a persistência da violência doméstica, o Conselho está confiante que esta ação será a primeira de muitas no que tange a garantia dos direitos da mulher.. Contudo, a Sr.ª Maria José Dantas, finaliza a importância desse encontro de mulheres com a frase, “mulheres são como água, quando se juntam tem força”.