Um projeto de lei quer aumentar em 15% as doses de vacina para cidades com maior incidência da gripe H1N1 em Mato Grosso. A proposta foi apresentada pelo deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) e prevê uma remessa extra de vacinas para as cidades em que forem registrados, pelo menos, um óbito causado pelo vírus a cada 15 mil habitantes.
Segundo a propositura, serão consideradas cidades em situação de vulnerabilidade aquelas em que ocorrerem pelo menos uma morte a cada 15 mil habitantes. Nestes casos devem ser destinados 15% a mais da cota normal de vacinas contra a gripe.
Para o parlamentar, até mesmo as doses enviadas pelo governo federal aos chamados grupos prioritários têm sido insuficientes para imunizar a população. O novo projeto requer que sejam priorizados, nesta ordem, os familiares das vítimas confirmadas do vírus, crianças de 6 a 10 anos de idade, professores e servidores da rede pública de ensino e pessoas obesas.
“Nossa vontade era de que todos pudessem ter acesso à vacina, mas a quantidade, infelizmente, não é suficiente. É por isso que é importante definir grupos de risco, assim como o Ministério da Saúde já faz. Apesar dessa delimitação, o projeto deve fazer com que mais pessoas tenham o direito de serem vacinas”, pondera o parlamentar.
Mesmo com todo alarme em torno da gripe, Mato Grosso ainda continua sendo um dos Estados que não atingiu a meta de imunização. O Estado alcançou até 31 de maio, 79% da cobertura vacinal, ou seja, mais de 490 mil foram vacinados. Contudo, o percentual preconizado pelo Ministério da Saúde é de 80%.
Nos grupos de risco, os indígenas e as gestantes continuam sendo os de menor cobertura vacinal, 57% e 62% respectivamente. Importante frisar que nas mulheres grávidas a probabilidade de complicações graves resultantes da gripe é maior. Pneumonia, edema pulmonar, insuficiência renal são algum deles, que podem colocar em risco a vida da mãe e do bebê.
Números - A Secretaria de Estado de Saúde aponta que 402 casos foram notificados em Mato Grosso da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRGA), desde o início do ano. Deste total, 15 casos foram descartados e 387 continuam em investigação.
Trezes casos notificados tiveram resultados positivos para Influenza H1N1. Destes, três evoluíram para cura e cinco para morte em Cuiabá, Várzea Grande, Água Boa, Juara, e Paranaíta. Entre as cidades com mais notificações de casos aparecem Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande e Sinop, com 117, 53, 38 e 26 casos, respectivamente.