Em reunião realizada na sexta-feira,24, no município de Rio Branco, o Fórum Permanente de Sindicatos Rurais da Região Sudoeste pode expor ao presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso ( Famato), Rui Prado, as demandas da categoria e, em especial, a preocupação com a situação de falta de estrutura do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado, o que levou o órgão a iniciar uma greve que começou ontem. Rui Prado afirmou que a Federação intermediou “o quanto pode” a negociação entre o sindicato que agrega o Indea com o governo, “mas não se trata de uma reivindicação relacionada a reposição salarial. Eles querem estrutura para trabalhar. E se o governo não enxergar isto como prioridade, o trabalho de fiscalização de sanidade animal no Estado ficará comprometido. Eles estão trabalhando no limite”. O Fórum reúne nove sindicatos, e cinco deles participaram da reunião, que passa a ser mensal. Era bimestral, desde a criação da entidade, mas devido as demandas do setor, os sindicatos decidiram se reunir com maior assiduidade. Presidentes dos sindicatos rurais de Pontes e Lacerda, São José dos Quatro Marcos, Cáceres, Rio Branco e Porto Estrela estiveram reunidos o dia todo. Também participaram o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini, e o presidente da Comissão de Pecuária da Famato, Neto Gouveia. Na pauta, os sindicatos cobraram da Federação uma reunião específica sobre o Fethab. Eles querem saber como e onde está sendo aplicado o dinheiro do fundo que, prioritariamente, seria para estradas e casas, mas que com a Conta Única, passou a ser usado para outros fins. Rui Prado informou que já fez formalmente esta indagação ao governo e pediu o restabelecimento do Conselho do Fethab, que decide sobre a aplicação dos recursos. A reunião tratou também de um assunto que já está em pauta na Confederação Nacional da Agricultura (CNA): a comissão formada por representantes de frigoríficos, produtores e varejistas, que está detectando os pontos de estrangulamento nas relações entre os três braços da pecuária de corte, na tentativa de encontrar soluções. Sobre o Indea, os sindicatos expuseram que as unidades de atendimento nos municípios de Porto Estrela, Glória d’ Oeste e Curvelândia estão para ser fechadas. “Falta tudo: em toda a região, o Indea não tem funcionários em número suficiente, não tem carros em condições de uso, os prédios estão danificados e há unidades que não tem nem papel. Isto, quando há a etapa de vacinação contra a aftosa para novembro e quando foram detectados surtos de varíola em rebanhos de Araputanga e Glória D’ Oeste. A preocupação da classe produtora em relação a este problema é grande, pois está em risco a sanidade animal em todo Mato Grosso. A ação do governo em relação ao problema tem que ser imediata”-afirmaram os presidentes de sindicatos, que realizam a próxima reunião do fórum em Pontes e Lacerda, no dia 21 de setembro.