A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) discutiu nessa terça-feira (27/09) com representantes do setor produtivo aviário e agropecuário as “Emergências Sanitárias em Animais de Produção”. O evento foi realizado no auditório do Senar-MT, em Cuiabá.
Foram abordados temas como o cenário atual da Influenza Aviária e os impactos em caso de uma emergência sanitária no Brasil. A importância dos fundos de indenização privado e a utilização nas ações de defesa sanitária estadual e a apresentação de Seguro Avícola também fizeram parte do evento.
O gestor do Núcleo Técnico da Famato, Guto Zanata disse que o evento tem a finalidade de debater normativas de biossegurança, orientações aos produtores e reforçar a prevenção contra doenças emergenciais em animais de produção. “Quanto mais medidas preventivas que garantam o fortalecimento do sistema de defesa sanitária, mais segura estará a atividade”, disse Zanata.
A criação do Fundo de Emergência Sanitária Avícola (Fesavi-MT) teve a aprovação dos participantes. Foram debatidos os objetivos, áreas de atuação, estrutura organizacional, disposições gerais e indenizações.
Para o diretor técnico da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Mendes é fundamental o fortalecimento dos fundos privados para indenizações ao produtor e apoio as ações de defesa agropecuária. “O produtor e as agroindústrias têm que se conscientizar para a necessidade de contribuir financeiramente para um fundo de apoio, que seja capaz de auxiliar os produtores na ocorrência de um evento sanitário de impacto no setor rural e na agroindústria”, disse.
De acordo com o consultor em Defesa Agropecuária da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Décio Coutinho o produtor atingido por uma eventual ocorrência em seu plantel, sabendo que existe o fundo para ressarcir o abate em caso de contaminação do vírus, exerce um papel firme na colaboração para que mantenha o padrão sanitário. “O Fundo de Emergência é um instrumento de qualidade de gestão sanitária”, defendeu Coutinho.
Os recursos do fundo são uma reserva a ser utilizada pontualmente para indenizar o produtor caso o seu plantel tenha doença na qual o abate sanitário seja a única saída. O valor da contribuição para o fundo ainda deve ser discutido com o setor.
Para Coutinho a criação desse instrumento em Mato Grosso, atesta a existência de um esforço integrado da Famato, com lideranças da avicultura privada e estadual.
A empresa de São Paulo, Proposta Seguro, apresentou duas possibilidades de seguros sanitários: o contrato direto pelo produtor, para assegurar sua produção e outro contrato pelos fundos privados, para atender ocorrências de grande magnitude. Segundo a proposta em emergências sanitárias é preciso ter recursos suficientes e facilmente disponíveis para conter ou mesmo erradicar a doença e ressarcir o produtor pelas suas perdas.
Mendes reforçou que quanto maior a prevenção e boas práticas adotadas pelo produtor, maior será a indenização como bonificação pela mitigação de risco.
Na oportunidade o presidente do Indea-MT, Guilherme Nolasco orientou os avicultores a comunicarem oficialmente os órgãos oficiais sobre qualquer suspeita da Influenza Aviária, para que o mesmo atue com agilidade na contenção do vírus e, assim, possa evitar prejuízos ao produtor e ao setor produtivo do estado.