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zero KM: concessionárias fecham no vermelho
Por Marianna Peres
05/01/2017 - 12:20

Foto: Ilustrativa

As vendas de veículos zero quilômetro em Mato Grosso caíram 20,31% em 2016 em relação ao realizado no ano anterior. O percentual é ligeiramente acima da queda registrada na média nacional, que foi de 20,29%, conforme dados divulgados ontem, pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Nesse acumulado de janeiro a dezembro estão automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos. 

As vendas/emplacamentos registrados no Estado somaram em 2016, 75.111 unidades contra 94.253 em 2015. Na comparação anual, o segmento mais prejudicado por um 2016 de incertezas e de crises, foi o de automóveis, cuja participação no total de vendas é de 36% e as perdas de um ano ao outro somaram 20,12%, ao passar de 33.946 unidades em 2015 para 27.116. Outro segmento que movimenta bastante o setor, o de motos, também fechou no vermelho. Responsável por uma fatia de ainda maior do mercado, 45% - mas com menor valor agregado em relação aos carros – comercializou no ano passado 33.416 unidades contra 42.811 no ano anterior, resultando em um recuo anual de -21,95%. 

A queda anual não pode ser atenuada com um dezembro de alta nas vendas. Ainda conforme dados da Fenabrave, Mato Grosso fechou o último mês do ano com incremento nos emplacamentos, e com percentual significativo: 19,94%. Na comparação mensal, ante o contabilizado em novembro, as concessionárias venderam quase 20% mais ao passar de 5.631 unidades para 6.754 unidades. Mas ao contrapor os números de dezembro de 2016 aos do mesmo mês de 2015, vem o tombo novamente, queda de 25,26%, já que naquele momento as vendas somaram 9.037 unidades. 

BRASIL - Ao todo, foram emplacadas 3.174.625 unidades em 2016, ante as 3.982.765 registradas no ano anterior. 

O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, avaliou o ano de 2016 como “o pior da história da Distribuição de veículos no Brasil nos últimos 11 anos”. Segundo Assumpção Júnior, "este foi um dos setores da economia que mais sofreu com a crise econômica e política do País. O mercado retroagiu a volumes equivalentes aos anos de 2005 e 2006. Este resultado deve-se a fatores já comentados ao longo do ano passado, como a queda acentuada do PIB, incertezas geradas pela política, desemprego, baixo índice de confiança do consumidor e de investidores, entre outros", argumentou Assumpção Júnior. 

Segundo o presidente da entidade, as incertezas nos cenários político e econômico, presentes em 2016, afetaram, diretamente, a concessão de crédito, fundamental para a Distribuição Automotiva. “Dificuldades como essas, agregadas ao baixo índice de confiança, fizeram com que as famílias e as empresas se retraíssem em relação ao consumo, retardando a tomada de decisão para a compra de veículos novos", completou Assumpção Júnior. 

Para 2017, o setor como um todo deverá apresentar crescimento moderado em 2017, chegando a 3,11% para todos os segmentos somados. Para os segmentos de automóveis e comerciais leves, a expectativa é de alta de 2,4% sobre os resultados. 

 

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