Estamos vivendo a era tecnológica. O uso de tablets e smartphones se popularizou e vem sendo amplamente utilizado no cotidiano, mas esses recursos ainda continuam sendo deixados de lado quando se fala em ferramenta educacional. A utilização dessa tecnologia digital, seja no processo de formação de professores como também nas escolas da rede básica de ensino, são objetos de uma pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso.
O professor Valdir Silva, que coordena a pesquisa “Linguagem, redes sociais e dispositivos móveis: resiliência adaptativas nas práticas de ensino e de aprendizagem contemporâneas” explica que o objetivo é pensar como os sistemas sociais e as práticas de ensino e aprendizagem sobre linguagem e tecnologia se realizam. Para isso serão investigados os níveis de resiliência adaptativas dos graduandos dos cursos de Letras da Unemat nos câmpus de Cáceres, Pontes e Lacerda, Tangará da Serra, Alto Araguaia e Sinop, além dos cursos oferecidos pela Universidade Federal de Mato Grosso, câmpus de Cuiabá e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) no câmpus de Campo Grande.
De acordo com professor Valdir a expectativa é que após o término da pesquisa, que deve demorar 36 meses, se possa oferecer oficinas e formação continuada para os professores da rede básica de forma a aproveitar o potencial dessas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem.
“Ao mesmo tempo, esperamos contribuir com os estudos das práticas de ensino e aprendizagem no contexto eletrônico, consolidar redes de intercâmbio acadêmico, contribuir para que as práticas de ensino de outras disciplinas, além das áreas de letras e linguagem, contemplem em suas proposições de trabalho o uso de tecnologias digitais, sobre tudo as que podem ser utilizadas em dispositivos móveis”, resume o coordenador da pesquisa.
O projeto originou-se de um experiência da disciplina Linguagem e Tecnologia ofertada no curso de Letras da Unemat em Cáceres, que se realizou na modalidade semipresencial em razão da maioria dos alunos possuírem dispositivos móveis com acesso a internet e terem também uma conta no “Facebook”, com isso, a ideia foi utilizar essa rede social como mediador do processo de ensino e aprendizagem.
“Nossa intenção com essa disciplina foi trabalhar questões teóricas e práticas em contextos autênticos. O fato do Facebook ser um ambiente familiar para os acadêmicos foi preponderante para que esse fosse o meio escolhido para mediar esse processo de ensino e aprendizagem e não as plataformas Moodle e Teleduc”, explica.
A partir da escolha da rede social como mediadora do processo de ensino, foi criado o “Grupo Linguagem e Tecnologia” no Facebook. Com essa experiência emergiram diversas questões até então desconhecidas pelos acadêmicos em vias de formação como professores da área da linguagem. “O trabalho permitiu asseverar que a linguagem produzida nos contextos tecnológicos e os dispositivos móveis, precisam e podem se configurar em um componente curricular fundamental para as práticas de formação de professores da área da linguagem”, justifica o professor.