Leio namídia local que osvereadores de Cuiabá estão interessados em processar o articulista e jornalista Onofre Ribeiro por sesentirem ofendidos com críticas que ele fez aos digníssimos edis.
Para entrar na briga do lado do Onofre,reproduzo parte do que escrevia há poucos dias neste mesmo espaço sugerindo que algum jornal, site ou blog fizesse uma pesquisa, cujas perguntas sugeridas na época, reescrevo aqui:
a) Os municípios necessitam dos vereadores? Sim ( ) não ( )
b) Somente para os que responderam sim: eles ( os vereadores) precisam ser remunerados? Sim ( ) não ( )
c) Só para os que responderam sim na pergunta b: qual seria a remuneração justa ? até 5 mil reais mensais ( ) ; 5 mil a 10 mil reais ( ); 10 mil a 15 mil reais ( ) Mais de 15 mil como acontece em diversos municípios ( ).
Antecipeimeu palpitesobre o possível resultado dessa pesquisa: 80% responderiam que as cidades não precisam de vereadores; 15% diriam que são úteis, desde que não remunerados; 4,99% concordariam em uma remuneração menor que 5 mil reais; 0,01% ( vereadores , seus assessores e familiares) opinariam favoravelmente sobre salários maiores que 15 mil.
Minha revolta era contra os aumentos de salários aprovados pelos vereadores, que chegariam a ganhar mais de 18 mil reais por mês e também revoltado com as notícias do final do ano nas câmaras:50% dos vereadores de Osasco (SP) foram presos acusados de contratação irregular de funcionários, cujo salário dividiam.
Em Foz do Iguaçu (PR) 80% também foram ver o sol nascer quadrado porque recebiam verbas mensais, para aprovarem projetos do executivo.
Em outro artigo escrevi que os vereadores são muito parecidos com os lavadores de para-brisas de carros nos semáforos, só que com muito poder: empurram um serviço que a maioria não quer e cobram caro por ele.
Ofereço meu pescoço para algum eventual processo, junto com o Onofre, iniciando uma campanha para tirar o salário e os assessores particulares dos vereadores.
Primeiro, conforme mostra a experiência de Estocolmo na Suécia não há necessidade de assessores particulares. Basta a câmara ter um corpo técnico (funcionários concursados) especializado em administração pública e conhecimento suficiente para orientar e ajudar os parlamentares na elaboração das leis.
Também, como em Estocolmo, os vereadores não deveriam recebersalários. Todos podem ter empregos ou ocupações normais e serem remunerados somente pelos dias que se dedicassem ao serviço público, digamos, uma vez por semana.
Sugiro a escolha dos representantes do povo da seguinte maneira: Dividimos Cuiabá em 100 regiões. Cada uma delas elegeria 3 representantes ou líderes de bairros. Em seguida esses 300 seriam reunidos por2 dias semanais durante um mês ( cerca de 60 horas) para aprenderem sobre política (não partido), finanças públicas, ética, administração de cidades etc.
Terminada essa etapa seria escolhido por sorteio1 de cada região para compor a câmara na legislatura em questão. Cada um continuava no próprio serviço, dedicando um dia por semana à vereança e recebendo remuneração por esse dia afastado do trabalho normal (muito parecido com o padrão da Suécia).
Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor