Vice-líder do governo, apontado com um dos mais influentes da AL, o deputado doutor Leonardo (PSB) diz que permanece grande parte do tempo em Cuiabá para defender os interesses de Cáceres e região; afirma que a CPI da Saúde, presidida por ele, apontou os erros de gestão do governo anterior. Garante que a ZPE é uma realidade e que manteve contatos com 16 empresas que pretendem se instalar na área. Sobre política frisou que não tem relacionamento com o colega Adriano Silva; que não teme enxurrada de candidatos nas próximas eleições e que seu futuro político está nas mãos de Deus e da população de Cáceres.

Jornal Expressão – J-E – O senhor foi o deputado mais votado, em toda história, na região, com 34.753 votos. Só em Cáceres foram aproximadamente 28 mil. No entanto, as informações são de que, muitos eleitores estariam insatisfeitos com a sua atuação. Afirmam que o senhor só aparece nos bairros e comunidades, principalmente, no período eleitoral. Como o senhor avalia essa situação?

R – Doutor Leonardo. Tenho que agradecer a Deus e a confiança da população por essa votação expressiva. O fato de ter que passa grande parte do tempo em Cuiabá é porque em Cuiabá que os trabalhos acontecem. Tenho que estar aqui defendendo os interesses de Cáceres e região, que passou mais de 20 anos, esquecida e abandonada. E o resultado está ai. Plantamos e chegou a hora de colher. Viabilizamos um pacote de mais de 100 milhões de obras para a região. Peço desculpas aos meus amigos, eleitores e a população em geral, por não estar com eles com a mesma intensidade de antigamente. Mas, falar que eu compareço em minha cidade só em período de eleição é maldade. Tenho certeza que os meus amigos vão sentir orgulhosos de minha atuação.

J- E- Assim que assumiu na AL o senhor foi escolhido para presidir a CPI da Saúde que investigou possíveis irregularidades na área, em todo o Estado. Há informações, no entanto, de que hoje o débito do governo para os hospitais é de cerca de R$ 300 milhões. Inclusive, está sendo iniciada pelo Gaeco uma ação para investigar possíveis fraudes no setor. Onde é que está o gargalo e o que tem que ser feito para regularizar essa situação?

R – Doutor Leonardo. Eu não fui escolhido. Eu propus e presidi a CPI da Saúde. Quando o governo Pedro Taques assumiu havia 4 meses de atraso com os hospitais e até 6 meses de repasses aos municípios. Mostramos que a CPI não acabou em pizza. Investigamos e apontamos que o governo passado havia gasto quase 300 milhões errados por falta de controle de alguns procedimentos. Encaminhamos o resultado dos trabalhos aos órgãos de controle da justiça e do governo para avaliar. O Ministério Público já propôs várias ações baseadas no relatório da nossa CPI. Fazendo, inclusive, que algumas investigações fossem abertas. Não sou fã desse modelo (OSs), mas o gargalo da saúde está na falta de controle. Se não houver controle interno e externo de vários procedimentos, principalmente, gastos, não se atingirá o êxito a contento.

J- E – Tanto o governador Pedro Taques, quanto o senhor, assim como o prefeito Francis Maris, afirmaram reiteradas vezes que a implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que se arrasta há mais de 25 anos, estaria entrando em operação neste ano. Porém, até agora nada. Isso não seria um sinal de que havendo enganação mais uma vez junto a população?

R – Doutor Leonardo.  A ZPE está consolidada. E, isso só foi possível porque muitas pessoas acreditaram. Alguns que já morreram e outros que ainda estão entre nós. Agradeço ao governador Pedro Taques e o prefeito Francis Maris, pelo empenho e determinação. A ZPE nunca esteve tão perto de ser instalada. Estamos realizando a licitação de tal modo que não haja aditivo o que acaba levando ao ilícito. O governador Pedro Taques está realizando tudo em conformidade com o rito normal, seguindo os prazos regulamentados pela lei das licitações. Nos próximos dias será dada a ordem de serviço para começar as obras. Quando assumi o mandato relatei a lei que tornou o Estado sócio majoritário da ZPE; deixamos 17 milhões previstos no orçamento para primeira fase do processo; montei a câmara temática que discute a ZPE e faz todo procedimento acontecer a contento. Já visitei 16 empresas que demonstraram interesses em se instalar no distrito. Portanto, a ZPE é uma realidade. É nossa. Enganação é quem mentiu e a usou como palanque político.

J-E – Produtores do distrito de Vila Aparecida, acreditaram na promessa sua e do governador quanto a conclusão da pavimentação asfáltica da MT-343. Mas, até agora, a obra não foi concluída, o senhor não teme que esse atraso possa comprometer seu futuro político?

R – Doutor Leonardo. A realidade é só uma: quem tem trabalho e honestidade a frente às coisas acontecem. As obras da MT 343 no trecho Cáceres a Vila Aparecida já estão começando, assim como em sua totalidade. Conseguimos recursos através do BNDS. A obra será realizada de boa qualidade e com preço justo. Não como o governo passado, que queria fazer sem planejamento e sem recursos. E, o mais importante, dentro do prazo. Quando assumimos garantimos que seria feito dentro de nosso mandato. Portanto, fui eleito para quatro anos, e em dois a obra já está sendo executada.

 J-E – Durante a campanha eleitoral, o senhor e o atual deputado Adriano Silva, que também representa a região, trocaram acusações mútuas. Há informação de que, esse desentendimento, foi parar na justiça. Procedem as informações de que o senhor o estaria processando judicialmente? Isso não seria prejudicial para o município?

R- Doutor Leonardo. Na realidade não disputei com o suplente de deputado Adriano. Ele disputou com o prefeito Francis. Se houve trocas de acusações foi entre eles. Isso é mais uma mentira e uma maldade a meu respeito, mas já estou acostumado. Eu não tenho desentendimento com o suplente de deputado Adriano. Agente tem desentendimento com quem a gente relaciona. Eu não tenho relacionamento com ele. Fomos adversários na eleição passada. Eu apoiei o prefeito Francis Maris, numa vitória esmagadora. Isso tudo mundo sabe. Essas informações são inverídicas. Não existe nenhum processo meu contra o suplente Adriano. O que deve unir é um desejo só: temos que fazer política sem oportunismo e sem vaidade, com um único objetivo: defender os interesses do município de Cáceres.

J-E – Ainda em se falando de política. O senhor é candidato a reeleição ou pretende atender ao pedido do prefeito Francis Maris e sair candidato a deputado federal?

R – Doutor Leonardo. A minha candidatura a prefeito em 2012 e a deputado em 2014 foi desejo da população que sentia a necessidade de uma representação política. O meu futuro político, em 2018, depende primeiramente de Deus e depois da população da minha querida cidade. Se a população entender que não devo sair candidato a nada estou pronto. Eu apenas quero servir ao meu povo. Eu não estou aqui por motivos pessoais, mas pela minha cidade, pela minha região, pelo meu Estado. Estamos trabalhando com honestidade e sinceridade. O meu futuro político está nas mãos de Deus e do povo de Cáceres.

J-E – A mais de um ano das eleições, vários nomes começam a surgir como possíveis pré-candidatos a deputado. O senhor não teme que uma enxurrada de candidatos possa deixar Cáceres sem deputado estadual novamente?

Doutor Leonardo. Isso faz parte do processo democrático. Não tem como impedir que outras pessoas se candidatem. No entanto, cabe a população definir qual o melhor nome. Não tenho que temer nada. Isso seria antidemocrático. Mas temos que passar por essa travessia em 2018.