O prefeito Francis Maris Cruz quer uma revisão da estimativa populacional de Cáceres. Ele não concorda com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, apresentado anualmente, no final do mês de julho, que aponta o município com 91.271 habitantes. Além de duvidoso, o baixo índice de crescimento populacional é prejudicial porque mantém os números do coeficiente do Fundo de Participação dos Municípios – FPM do município estagnados, deixando de ampliar a participação no FPM em cerca de R$ 500 mil mensal, a partir de 2018.
O ofício defendendo a revisão da estimativa populacional, em Cáceres, foi enviado à chefe da unidade do IBGE em Mato Grosso, Millane Chaves da Silva, no dia 8 de setembro.
Tomando por base os estudos realizados pela Confederação Nacional dos Municípios – CNM, 14 municípios reduzirão seus coeficientes e 100 terão aumento nos seus respectivos índices, enquanto que a maioria: 5.456 municípios brasileiros não mudaram os coeficientes. Esses dados devem ser confirmados pelo Tribunal de Contas da União – TCE para oficializar os coeficientes dos 5.570 municípios a vigorar a partir de 2018. Cáceres, de acordo com os números apresentados pela CNM, integra o grupo de 262 municípios que não mudaram de faixa por menos de 500 habitantes.
Na verdade, conforme os números apresentados pelo IBGE, para Cáceres faltaram apenas 422 habitantes para 100 mil e, dessa forma, elevasse o coeficiente de 2,8 – onde permanece há décadas- para 3,00 conforme a Tabela de Cálculo de Coeficiente divulgado pelo TCU e por consequência passaria a ter maior incremento na receita do FPM em 2018.
Pela estimativa do IBGE, o aumento populacional de Cáceres de um ano para outro foi de apenas 390 habitantes, passando de 90.881 em 2016 para 91.271 em 2017. O IBGE diz que a população da cidade aumentou somente 7.096 habitantes em uma década. Passando de 84.175 habitantes em 2007 para 91.271 em 2017, uma média de 709,6 habitantes por ano. Assim como o número de habitantes, o de eleitores cadastrados apontados pelo instituto também é pífio, nos últimos 8 anos. Passou de 58.474 em 2008, para 61.253 em 2016. Um aumento de apenas 2.779 eleitores, a média de 347,3 por ano.
Argumentos se justificam
Além dos números questionáveis apresentados pelo IBGE, a administração municipal, atribui o baixo índice populacional, a centenas ou até mesmo milhares de pessoas que, embora residam em Cáceres, há vários anos, ainda não fizeram a transferência de domicílio eleitoral, o que acaba prejudicando o município. No sentido de convencer a direção do IBGE em realizar a revisão da estimativa populacional, a prefeitura apresenta vários argumentos, plenamente, justificáveis. Como por exemplo, o acréscimo de 2.290 ligações residenciais de água nos últimos quatro anos. Passando de 20.049 ligações em 2013 para 22.339 em 2017.
Cita a entrega de 2.307 novas unidades habitacionais, do programa Minha Casa Minha Vida, nos últimos 6 anos. Assinala que Cáceres é um polo Educacional com duas faculdades – Unemat e Fapan- as quais abriram variados cursos, nos últimos quatro anos, sendo um fator que converge uma população de acadêmicos e profissionais.
Explica que, só a Fapan que iniciou as atividades em Cáceres em 2017 com dois cursos e 80 alunos, atualmente, conta com 16 cursos e dois mil alunos, dos quais, cerca de 40% são oriundos de outros municípios e que muitos já fixaram residências no município. Ressalta, que a Unemat passou a ofertar, nos últimos quatro anos vários novos cursos, entre eles, o de Medicina que atrai acadêmicos de todo o país e que dezenas de acadêmicos passaram a residir em Cáceres.