Pacientes que necessitam de atendimentos médicos no Pronto Atendimento Municipal (PAM), em Cáceres, têm que esperar, em média, 3 horas. Porém, alguns casos costumam demorar até 7 horas. Como foi o da dona de casa Maria Aparecida da Silva, que com fortes dores de cabeça se deslocou até o PAM, por volta das 8h da manhã e só foi atendida por volta das 15h. O secretário de Saúde, Antônio Mendes, diz que a demora ocorre porque cerca de 70% dos pacientes não se enquadram no perfil de urgência e emergência.
“Infelizmente quem não tem condições de pagar por um atendimento médico particular padece. E, alguns até morrem. Eu estava com muita dor de cabeça, meu filho me levou ao PAM às 8h da manhã e, somente, depois das 3h da tarde fui atendida. Se tivesse de morrer teria morrido” denunciou a dona de casa lembrando que, no dia em que correu esse caso, em meado do mês de março, várias outras pessoas que também estavam esperando desistiram e foram embora sem serem atendidas.
O pedreiro que se identificou como José Mariano de Castro, diz que recorreu ao PAM com a filha menor, que estava com febre e dor no estômago, mas depois de 4 horas de espera desistiu e foi procurar socorro em outro lugar. “Esperei mais de 4 horas. Tive que procurar socorro, em uma farmácia, porque não fui atendido no Pronto Socorro”. Outra denuncia partiu de um conhecido radialista da cidade que não quis se identificar porque, segundo ele, também trabalha numa área de extensão da saúde do município.
Ele diz que teve tonturas e até desmaiou, em um dia, no final do mês de março. Foi levado às pressas pela esposa ao PAM, mas segundo ele, infelizmente, depois de 3 horas na fila de esperar, teve que procurar socorro em um médico particular. “Eu prefiro que você não me identifique. Mas a situação no PAM é complicada. Fui levado às pressas ao local porque estava sentindo muita tontura e, em um dia, cheguei a desmaiar. Fui levado ao PAM, mas a demora foi muita e tive que procurar um médico particular” resumiu.
O que diz Secretaria de Saúde
Secretário de Saúde, Antônio Carlos Mendes admite a demora no atendimento. Porém, segundo ele, isso só está ocorrendo porque cerca de 70% dos pacientes que procuram atendimentos no PAM não é caso de urgência e emergência.
Ele afirma que “a real função do Pronto Socorro, como o próprio nome diz, é atender pacientes que estejam em estado de Urgência ou Emergência. São pessoas que correm risco eminente de vida, como acidentados, suspeita de infartos, derrames, apendicite, pneumonia, fraturas, entre outras complicações. Mas, infelizmente, a maioria das pessoas insiste em procurar o PAM porque está com dor de cabeça, uma dor no dente e assim por diante. Não deixamos de atender, mas esses pacientes ficam por último”.
O secretário assinala ainda que, em média, cerca de 270 pacientes são atendidos diariamente no PAM. Mas, nos últimos dias, a demanda tem aumentado chegando a até 350 pacientes, em razão de muitas pessoas com suspeita de dengue. Antônio Mendes ressalta que, antes havia três médicos, plantonistas e hoje apenas dois. Porém, segundo ele, esses profissionais atendem a demanda se for de apenas pacientes de urgência e emergência, função do PAM.