A recém-nascida Analu Paluni Kamayura Trumai, que sobreviveu após passar cerca de 7 horas enterrada em uma cova, respira por conta própria, sem ajuda de equipamentos. A informação foi divulgada nesta segunda (25) pela equipe médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neo-natal, da Santa Casa da Misericórdia de Cuiabá, onde a criança está internada desde o dia 6 de junho.
Apesar da retira dos aparelhos respiratórios, a menina mantém o quadro de saúde estável, mas ainda considerado grave. Segundo o boletim médico, a função renal de Analu não apresentou melhoras. Por conta da insuficiência, ela estava fazendo diálises com uso de drogas vasoativas, mas os médicos suspenderam o procedimento até a o resultado de novos exames laboratoriais.
Depois de ser resgatada com vida por policiais, a pequena guerreira já passou por um procedimento cirúrgico para a colocação de um cateter abdominal. Inicialmente o diagnóstico era de infecção generalizada e insuficiência respiratória.
Conforme o boletim, Analu está se alimentando através de sonda.
O caso
A criança foi resgatada por policiais militares, no município de Canarana, após ter sido enterrada por volta de 14h e resgatada às 21h. Um vídeo mostra o momento do resgate, a criança sendo retirada de um buraco escavado pela PM.
Por meio de uma denúncia anônima, a PM foi informada que uma indígena de 15 anos tinha dado a luz a um bebê e logo em seguida, havia sido enterrado no terreno ao lado da residência onde mora a família, com o consentimento da mãe.
Investigações da Polícia Civil apontam que a bisavó da recém-nascida, Kutsamin Kamayurá, 57, e a avó Topoalu Kamayura,33, premeditaram o infanticídio. A investigação aponta que a avó e bisavó da bebê não a queriam por ser filha de mãe solteira.
Em depoimento, ambas confirmaram que haviam tentado que a adolescente abortasse a criança. Sem sucesso, vó e bisavó chegaram a coagir os familiares para não contarem a verdade. Elas foram presas. A bisavó foi indiciada por tentativa de homicídio.