Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Comunidade Escolar rejeita intervenção branca no Rodrigues Fontes e anuncia paralisação
Por assessoria
22/06/2018 - 11:26

Foto: assessoria
Quase 300 pessoas da comunidade da Escola Estadual Dr. José Rodrigues Fontes, em Cáceres, se reuniram na última quinta-feira, 21, nas dependências da unidade para deliberar sobre a intervenção branca da SEDUC.
Depois da saída da diretora Maria José, a Mazéh, no início do ano por aprovação em outro concurso, o Conselho Deliberativo Escolar realizou eleições para nomear nova direção, que não foi acatada pela SEDUC. No dia 17 de maio, apresentou-se uma diretora para a escola, indicada pela SEDUC, sem passar pelo Conselho e causando indignação da comunidade.
“Levamos anos de luta para conquistar direitos como a Gestão Democrática, e não podemos aceitar essa imposição do governo sobre a escola”, afirma o advogado Sílvio Rodrigues, que participa da comunidade escolar.
A Escola é reconhecida como sede e incubadora de importantes movimentos sociais da cidade, como o Grupo de estudos GEPRER, o movimento de dança AfroEscola, o Coletivo de Mulheres Negras e diversos trabalhos sociais, como a oferta de cursos de tricô para filhos de alunos do período noturno.
Para o vereador Cézare Pastorello (SD), o que está acontecendo na escola é um retrocesso.
“Aqui na Rodrigues Fontes foi onde eu renovei todas as minhas esperanças na participação popular. Quando vim, como vereador, participar das reuniões em prol da Conferência de Promoção da Igualdade Racial eu encontrei uma comunidade unida e engajada pelas causas sociais. Enquanto outras escolas no Brasil vêm tentando envolver a comunidade, cortar os projetos desenvolvidos aqui é um retrocesso. A escola precisa resistir, e o Estado precisa respeitar a decisão da Comunidade Escolar!”
Diferentemente das Escolas São Luiz e Senador Mário Motta, que estão sob intervenção da SEDUC por suposto esquema de desvio de merenda, a Escola Rodrigues Fontes não está sob intervenção, mas, tem sido tratada pela Assessoria Pedagógica da SEDUC como se estivessem, com ingerências diretas da assessoria sobre a escola.
Professores ainda denunciaram ao Ministério Público práticas de assédio moral, calúnia por parte da assessoria pedagógica e direção, inclusive, com remoção de servidor da unidade para outra, de forma ilegal e unilateral.
Na assembleia, professores, pais e alunos decidiram pela paralisação das aulas e atividades até que sejam tomadas providências por parte da SEDUC, com o envio de um responsável com poderes de decisão e afastamento da diretora indicada para nomeação de alguém escolhido por meio de eleição.
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