Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Ledur inicia contagem para a aposentadoria por invalidez
Por Aline Almeida
17/06/2018 - 11:21

Foto: arquivo

A tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada do crime de tortura que resultou na morte do aluno do Bombeiro Rodrigo Patrício Lima Claro, 21, pode ser aposentada por invalidez. Circulou no Diário Oficial do Estado de Ontem (15), mesmo dia em que completou 1 ano e 7 meses da morte de Rodrigo, a agregação da tenente. Com isso, começa a correr o prazo para que Ledur entre na reserva e seja aposentada por invalidez.

A portaria frisa que a agregação ocorre por haver ultrapassado o período de um ano contínuo em licença para tratamento de saúde, a contar de 20 de março de 2018.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a legislação estadual diz que se o militar permanecer por 12 meses ininterruptos de licença para tratamento de saúde a administração pública precisa automaticamente agregar.

O militar, na condição de agregado, a partir da data, começa a contar um prazo de 2 anos para entrar num processo de reforma. Após isso, ele é reformado proporcionalmente.

“O militar pode ser aposentado por invalidez no caso de tratamento de saúde. Outra mudança é que para de contar o tempo arregimentado, o tempo de efetivo serviço, que conta para promoções. No caso da Ledur para de contar o tempo para promoção a major. Ela continua respondendo normalmente (administrativamente) e não altera em nada o processo”, destaca.

Para o advogado que representa a família de Rodrigo Claro, Júlio Lopes, o resultado desta agregação pode influenciar também no processo judicial. “Na esfera penal, aquele que é absolutamente incapaz não responde por seus atos, mas recebe uma medida de segurança. No final, se houver a condenação, pode ser trocada por uma medida de segurança. Se ela for considerada inválida, isso vai influenciar no resultado final do processo”, explica.

Jane Patrício Lima Claro, mãe de Rodrigo, diz que é uma tortura ter que reviver todos os dias a situação e a saudade do filho. “Hoje ela se faz de inválida, depressiva, mas na hora de matar meu filho ela não estava inválida”.

Jane diz que o episódio “matou” psicologicamente toda a família e que a demora traz o temor do caso cair no corporativismo. “O Corpo de Bombeiros vem protegendo ela desde o início. A esperança é que o juiz aja diferente. O que vier acontecer com ela é muito pouco diante da dor que ela nos causa todos dias”.

 

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