Localizado no pantanal mato-grossense, o Sítio de Taiamã está entre as áreas úmidas designadas como sítios Ramsar, título conferido internacionalmente como o objetivo de garantir melhorias e ações de proteção. O anúncio ocorreu na abertura da 13ª Reunião das Partes da Convenção de Ramsar (COP 13), evento que prossegue até a próxima segunda (29), em Dubai, nos Emirados Árabes, com o tema “Áreas Úmidas para um futuro urbano sustentável”.
O novo certificado também foi concedido para o Sítio Regional do Rio Juruá, no Amazonas. No município de Cáceres (214 quilômetros da capital), o Ramsar Estação Ecológica Taiamã conta com 11,5 mil hectares e abriga alta biodiversidade, incluindo grande variedade de peixes e de espécies ameaçadas. O sitio localiza-se em uma região que contribui para processo de controle de fluxo de água.
A área atrai milhares de aves limícolas migratórias e é local de abrigo e alimentação para uma grande quantidade de aves aquáticas continentais. A área destaca-se por ser importante para a conservação do Pantanal e de sua biodiversidade. No total, são 27 áreas brasileiras com o título.
Já o do “Juruá” conta com enorme riqueza de espécies, ecossistemas e diversidade cultural, o Sítio Ramsar Rio Juruá possui mais de 2,1 milhões de hectares. A Bacia do Rio Juruá abriga espécies em extinção como a ave Mutum-fava, peixe-boi e boto.
Conforme informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a designação de Sítio Ramsar permite a obtenção de apoio internacional para o desenvolvimento de pesquisas, o acesso a fundos internacionais para o financiamento de projetos e a criação de um cenário favorável à cooperação internacional.
Em contrapartida, o Brasil assume o compromisso de manter as características ecológicas dos sítios – os elementos da biodiversidade e os processos que os mantêm – e deve atribuir prioridade para sua consolidação diante de outras áreas protegidas, conforme, inclusive, previsto no Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas.
Até o fim deste ano, o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, deve lançar a Estratégia Nacional de Conservação e Uso Sustentável das Áreas Úmidas. Segundo o MMA, essa iniciativa foi construída com base nos objetivos de implementar os Sítios Ramsar por meio de princípios comuns, orientados pela Convenção e respeitando as especificidades das escalas sistemáticas e recortes territoriais, além de fomentar ações transversais de âmbito nacional para a conservação das áreas úmidas.
A programação da COP 13 inclui a realização da 55ª Reunião do Comitê Permanente, eventos especiais, reuniões regionais e sessões plenárias. O objetivo é promover a conservação e o uso racional dos manguezais, corais e áreas úmidas associadas, por meio da cooperação e de alianças estratégicas, a fim de manter suas características ecológicas, bens e serviços ambientais, fortalecendo a capacidade de resposta à mudança do clima.