Termina hoje (31) a campanha nacional de vacinação contra a Influenza. Em Mato Grosso, do total de 859.343 pessoas que fazem parte do grupo considerado prioritário para imunização contra a gripe apenas 78,96% ou 678.544 indivíduos procuraram os postos de saúde para se prevenirem contra a doença até a última quarta-feira (29), conforme dados do Ministério da Saúde (MS). A partir do próximo dia 03 de junho, as doses restantes da campanha ficarão disponíveis para toda a população.
A campanha começou no dia 10 de abril. A meta definida pelo Ministério da Saúde para imunização é atingir 90% da população dos grupos considerados prioritários, algo em torno de 59,4 milhões de pessoas em todo o país. Em nível nacional, foram vacinadas 44,6 milhões de pessoas, o que representa 75% do total. Em Cuiabá, a mobilização abrangeu até o momento, apenas 65,59% dos 175.353 indivíduos que compõem a faixa de risco. Por isso, neste sábado (01), realiza mais um dia “D” com o objetivo de reverter à situação de baixa procura.
De acordo com o secretário-adjunto em Assistência à Saúde da capital, Luiz Gustavo Raboni, apenas os idosos atingiram a meta preconizada neste ano. No total, compareceram 41.258 do total de 45.649 idosos, o que corresponde a 90,38%. Conforme ele, todos os demais públicos tidos como de risco e prioritário registraram baixa procura, por isso, alertou à população para comparecer no sábado para se proteger dessa perigosa doença.
"A influenza é uma doença respiratória infecciosa, de origem viral, que na forma grave pode levar a óbito indivíduos que apresentem fatores ou condições de risco. Pela gravidade, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem realizado diversas estratégias para atingir o público alvo e o Dia D é um importante espaço para que a população adere à vacinação. Por isso, estamos convocando àqueles que não conseguirem comparecer nessa última semana aos postos de Saúde, que venham no sábado para nos ajudar a aumentar a barreira imunológica dessa doença terrível", frisou o secretário.
Outra estratégia que será enfatizada nesta semana, conforme a responsável técnica de imunização de Atenção Básica, Sandra Horn são as ações conhecidas como “extramuros”. "Nossas equipes de imunização estão percorrendo locais de grande concentração como escolas, hospitais e repartições públicas para aplicar as doses nos públicos alvos. Nesta última semana, vamos intensificar para imunizarmos o máximo de pessoas possíveis. Muita gente tem deixado de ir aos postos no Brasil, mas estamos trabalhando para mudar essa realidade na capital, por isso conclamamos a população tida como prioritária, que vá aos postos e nos ajudem a sair desse índice que está nacionalmente negativo", reforçou.
Os grupos prioritários para vacinação contra a Influenza são os trabalhadores da saúde e professores das redes pública e privada, as crianças na faixa etária de seis (06) meses a cinco anos, gestantes em qualquer idade gestacional, puérperas até 45 dias após o parto e indivíduos com 60 anos ou mais de idade.
Também fazem parte dos grupos considerados prioritários os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medida socioeducativa, a população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional, as pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentes da idade, e os povos indígenas, além dos servidores do sistema de segurança pública – inseridos este ano. Em toda a capital, estão funcionando 64 salas de vacina, mais três salas na zona rural, em Nossa Senhora da Guia, Rio dos Peixes, que reúne as comunidades do Coxipó do Ouro e Barreiro Branco e o Aguaçu.
Conforme informações da SMS, clinicamente, a influenza inicia-se com a instalação abrupta de febre alta, em geral acima de 38°C, seguida de mialgia, dor de garganta, prostração, cefaleia e tosse seca. A febre é, sem dúvida, o sintoma mais importante. Em casos agravados pode levar a morte.
A transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias das pessoas contaminadas, ao falar, tossir, espirrar ou pelas mãos que após contato com superfícies recém-contaminadas podem levar o agente infeccioso direto a boca, olhos e nariz. A doença pode ser causada pelos vírus influenza “A”, “B” e “C”. Os vírus A e B apresentam maior importância clínica. Estima-se que, em média, as cepas A causem 75% das infecções, mas, em algumas temporadas, ocorre o predomínio das cepas B. Este ano a vacina combate as cepas A e B.
A escolha do público prioritário no Brasil segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias. Em todo país, neste ano, já foram registrados 807 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza, com 144 mortes. Até o momento, o subtipo predominante no país é o vírus influenza A (H1N1) pdm09, com registro de 407 casos e 86 óbitos.