O segundo episódio da série “Brasil em outras línguas”, do programa da Rede Globo “Como Será?”, que vai ao ar no dia 13 de julho, mostrará o trabalho da Faculdade Intercultural Indígena (Faindi), da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), pioneira e referência na América Latina na condução intercultural de uma proposta pedagógica de ensino diferenciado e de valorização étnica.
Com estreia neste sábado (6), a série “Como Será?” irá mostrar iniciativas de preservação das línguas indígenas e chamar a atenção ao risco de extinção que muitas línguas sofrem, assim como povos, culturas e as riquezas por trás delas.
A repórter Mariane Salerno e sua equipe participaram das atividades da etapa intermediária da Faindi, também chamada de tempo aldeia, realizada na Aldeia Rio Verde em Tangará da Serra-MT e da oficina do “Projeto Aspectos fonológicos da língua Nambikwara: subgrupos Mamaindê, Negarotê, Kithaulu, Wakalitesu, Sawantesu, Alantesu, Hahaintesu e Wasusu”, realizada na Aldeia Barracão Queimado, em Comodoro-MT.
Segundo os professores da Faindi, Mônica Cidele da Cruz e Wellington Pedrosa Quintino, as oficinas são realizas junto às comunidades Nambikwara do Vale e do Cerrado de Comodoro com o propósito de estudar as línguas desses subgrupos com o objetivo de formar linguistas dessa etnia.
O Ano Internacional das Línguas Indígenas será comemorado por membros e parceiros da agência das Nações Unidas (ONU), durante 2019, para alertar que grande parte dessas línguas faladas por povos indígenas continuarão a desaparecer em um ritmo alarmante. Sem medidas apropriadas para tratar esse problema, a contínua perda de línguas e de suas histórias, tradições e memórias reduzirão consideravelmente a riqueza da diversidade linguística no mundo.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), para os povos indígenas as línguas não apenas identificam sua origem ou participação em uma comunidade, mas também carregam os valores éticos de seus ancestrais e os sistemas de conhecimento indígena que tornam, cada um deles, uma unidade com a terra e são cruciais para sua sobrevivência e para as esperanças e aspirações de sua juventude.
Faculdade Intercultural Indígena da Unemat - A Unemat já formou 450 professores e especializou 140 deles. Este ano, a Faculdade aprovou a oferta mestrado profissional em Ensino em Contexto Indígena Intercultural, voltado especificamente para os povos indígenas.
Os cursos de graduação ofertados Faindi/Unemat, exclusivamente para a formação de acadêmicos indígenas, obedecem a uma metodologia diferenciada e são desenvolvidos em duas etapas: presencial e intermediária, esta também chamada de “tempo aldeia”. Durante esse período, os estudantes realizam pesquisas, que podem estar associadas à investigação do trabalho de conclusão de curso (TCC) ou a componentes curriculares ofertados na etapa presencial, e ainda desenvolvem atividades de estágio. Todos são orientados por professores da Unemat.