Servidores são suspeitos de emperrar trabalhos na Câmara
Por Sinézio Alcântara
11/09/2019 - 11:40
Excesso de burocracia e zelo, aliado ao despreparo de alguns servidores, estariam emperrando os trabalhos legislativos em Cáceres. Faltam, na Câmara, desde o tradicional cafezinho, até produtos essenciais como papel higiênico, desinfetante e água. A licitação para aquisição desses materiais vem se arrastando desde o mês de abril e até agora o processo não foi concluído. Presidente da Casa, o vereador Rubens Macedo, não comenta publicamente. Porém, admite que várias vezes teve que tirar dinheiro do bolso para comprar alguns desses produtos.
Um vereador que não quis se identificar “para não indispor com os servidores” afirmou que o computador do seu gabinete sofreu uma pane. E, mesmo informando no dia seguinte, para que fosse feito os reparos, durou quatro meses para que fosse providenciado o conserto. Alguns meios de comunicação evitam vender para a Câmara. O processo para aquisição de assinaturas de jornais, por exemplo, duram em média até sete meses. A contratação de uma agência para divulgação das ações da Casa se arrasta há vários meses, sem que até o momento aja uma definição.
A situação divide os próprios servidores. Um chefe de sessão, que também se manifestou, sob anonimato, revelou que há suspeita de haver um suposto combinado de revezamento de falta no trabalho, em alguns setores. Revelou que, na última semana do mês de agosto, o setor de compras, um dos mais importantes da Câmara, ficou fechado todos os dias, porque cada dia foi um servidor que faltou, por determinado motivo. Com isso, atrasando ainda mais o andamento dos trabalhos.
Alguns vereadores acreditam que os servidores que, supostamente, “emperram” o andamento dos trabalhos estariam se valendo do fato de serem concursados para dificultar o andamento dos trabalhos. “Aparentemente seja o fato de serem concursados. Porque, curiosamente, não temos nenhum problema com os servidores contratados” disse um vereador.
Cauteloso, o presidente da Câmara, evita comentar e até minimiza a situação. Embora afirme que já tirou dinheiro do bolso para comprar alguns materiais, Macedo diz que não acredita que esteja havendo complô ou uma ação orquestrada para comprometer a administração, como já se comentou. “Não há nada de maior gravidade. Existe algum setor, que por algum motivo, não está funcionando a contento. Mas, não creio que esteja havendo complô ou ação orquestrada. Vamos conversar e resolver as coisas da melhor forma possível” garantiu.