Segundo o estudo realizado pelo Governo do Estado, por meio do Escritório Regional de Saúde de Cáceres seriam necessários 48 novos leitos para atender às demandas de internações em UTI por Covid-19.
O Ministério Público de Mato Grosso e a Defensoria Pública do Estado emitiram recomendação conjunta ao secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, orientando que envide esforços concretos para ampliar, inicialmente, em 15 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a capacidade dos hospitais de Cáceres (a 225km de Cuiabá). Os leitos deverão ser destinados a receber pacientes diagnosticados ou com suspeita de Covid-19. Conforme a recomendação, o prazo é de 30 dias dada a urgência do caso e a complexidade da operação.
Os promotores de Justiça Augusto Lopes Santos e Rinaldo Segundo assinam a notificação recomendatória junto aos defensores públicos Saulo Fanaia Castrillon e Thaís Cristina Ferreira Borges. Eles consideraram um estudo realizado pelo Governo do Estado, por meio do Escritório Regional de Saúde de Cáceres, que aponta, em um cenário otimista, a contaminação de 43% da população da região Oeste do estado em três meses. Diante dessa possibilidade, seriam necessários 48 novos leitos para atender às demandas de internações em UTI por Covid-19.
Conforme apontado no levantamento, em 2019 ocorreram 783 internações nas UTIs de Cáceres, sendo 224 no Hospital Regional Antônio Fontes e 559 no Hospital São Luiz. “A UTI do Hospital Regional Antônio Fontes é vocacionada para os casos de trauma e emergência, com taxa de ocupação próxima de 100% frequentemente; enquanto a UTI do Hospital São Luiz é vocacionada para casos clínicos, com taxa de ocupação mensal de 95%.” Ou seja, a quantidade de UTIs existentes não são suficientes para a demanda gerada pela Covid-19.
Assim, “em qualquer cenário, serão necessários novos leitos de UTI especialmente se considerarmos as distâncias geográficas entre os municípios da macrorregião Oeste e o fato de que a doença apresenta alta infectividade, expondo profissionais médicos e enfermeiros em viagem de acompanhamento do paciente em ambiente limitado e fechado”, narra o estudo epidemiológico realizado por professores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), que procura antecipar tendências por meio de cenários hipotéticos.
Promotores e defensores consideraram ainda que “não há previsão de aumento de leitos de UTI para a região Oeste, aumentando muito o risco de vida para uma população de 317.500 pessoas, ainda mais quando se considera que as pessoas serão transportadas para Cuiabá, aumentando-se ainda mais o risco de contágio de terceiras pessoas”.
Outras recomendações – Também foi recomendado ao secretário que o aumento da capacidade seja gradativo a partir do avanço dos casos, bem como que os novos leitos a serem instalados possuam os insumos necessários ao seu bom funcionamento e manutenção. Além disso, deverá tornar públicos todos estudos epidemiológicos e estatísticos formulados pela Secretaria Estadual de Saúde em relação à região Oeste, assim como publicizar, diariamente, a relação de leitos de UTI preenchidos e vagos nos hospitais da região, especialmente no Hospital São Luiz e no Hospital Regional Antônio Fontes.
Confira aqui a recomendação na íntegra.