Magistrados da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho de Mato Grosso aderem a paralisação marcada para esta quarta (7) e quinta-feira (8) em todo País. A intenção é chamar a atenção para a desvalorização de suas carreiras, que sofreram perdas remuneratórias nos últimos sete anos devido à inflação. No Estado, o movimento ganha o apoio dos demais servidores do Poder Judiciário Federal, que também estão mobilizados reivindicando recomposição salarial. O movimento é liderado pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). De acordo com o diretor de Relações Pública da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho 23ª Região (Amatra), juiz do Trabalho, Plínio Podolan, durante os dois dias não serão realizadas audiências, mas haverá magistrados de plantão para emergência. As audiências agendadas para o período serão remarcadas. Não se sabe a taxa de adesão, mas apenas a Justiça do Trabalho conta com 78 juízes de 1º grau, distribuídos em 38 Varas do Trabalho no Estado. No país, as duas entidades representam cerca de 5.000 juízes. "Em média são realizadas 10 audiências ao dia", informou. Em nota conjunta, a Ajufe e Anamatra informaram que os magistrados sofreram perdas remuneratórias de 28,86% desde 2005, quando foi implantado o subsídio em parcela única. “O valor bruto do subsídio do Juiz do Trabalho Substituto é de R$ 21.766,00, sendo que após os descontos, tem-se o valor líquido de R$ 14.387,45”, destacou. Ainda como forma de protesto, os juízes federais e do Trabalho também não participarão da Semana Nacional de Conciliação, de 7 a 14 de novembro. As conciliações serão retomadas após o dia 14 de novembro. “Os magistrados da União apoiam a prática da conciliação, medida que desafoga a Justiça com a solução de litígios mediante acordos”, destacam. Somente em 2011, mais de 100 mil acordos foram celebrados na Justiça Federal, que pratica a conciliação no seu dia a dia. Na Justiça do Trabalho, a primeira audiência é sempre de conciliação. Os juízes do Trabalho conciliam todos os dias, ainda que o processo não esteja com audiência designada.