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Em live, Edson Flávio lança seu primeiro livro 'Aldrava' nesta quinta,10
Por redação
09/09/2020 - 12:20

Foto: arquivo
Edson Flávio Santos lança na próxima quinta-feira (10) o livro “Aldrava”. O lançamento está marcado para as 19 horas, horário de Mato Grosso e será realizado através de lives nos canais Canal Carlini & Caniato Editorial - https://youtu.be/xlwp0-3koqM - Canal PPGEL/Unemat - https://youtu.be/30s21He2gsw e Canal Literário Revista Pixé - https://youtu.be/YWrYT7J2DlY 

Em suas 68 páginas, a obra que estreia a carreira do autor Edson Flávio, nasce trazendo a chave, mas traz por acréscimo a aldrava, essa imagem tão simbólica para os poetas e para todos aqueles que visitam seu livro primogênito e recebem permissão para entrar num edifício poético completo.  

A orelha do livro, escrita por Olga Castrillon, define bem sua proposta: A Aldrava está para a porta como o ser está para os gritos abafados, ou “a saudade que seca e estria os nervos, disseca, corrói”. É figuração do real para falar do próprio mundo interior. Ao se aproximar de um poema, o leitor encontra mundos que precisam ser explorados, portas que clamam por serem abertas. Frente a um poema, não há trancas e nem tramelas e as aldravas podem ser manipuladas de forma a que atendam aos chamados de quem está na soleira da porta. 

O autor 

Edson Flávio Santos é doutor em Estudos Literários pela Universidade do Estado de Mato Grosso (PPGEL/UNEMAT). Mora em Cáceres, MT, colabora com a Revista Literária Pixé e integra o Núcleo de pesquisas Wlademir Dias-Pino. 
 
Sobre a obra:
 
Sobre a obra A Aldrava está para a porta como o ser está para os gritos abafados, ou “a saudade que seca e estria os nervos, disseca, corrói”. É figuração do real para falar do próprio mundo interior. Ao se aproximar de um poema, o leitor encontra mundos que precisam ser explorados, portas que clamam por serem abertas. Frente a um poema, não há trancas e nem tramelas e as aldravas podem ser manipuladas de forma a que atendam aos chamados de quem está na soleira da porta.
 
uma resenha:
 

Quando nasce um poeta?

Marli Walker1

Quando nasce um poeta? Penso aqui comigo, enquanto viro a última página de Aldrava (Carline & Caniato Editorial), livro de estreia de Edson Flávio, que o poeta começa a nascer quando ainda em seus pensamentos ele organiza palavras, sons, ritmos, sentidos, imagens, tudo isso disposto em estado mental, mas que não poderá ser dito se não num poema, pois a poesia é isso, essa forma única de dizer, esse espaço para onde vai a linguagem quando nenhum outro suporte dá conta de apreender a mensagem.

Então ele, o poeta, compreende que está num processo de passagem, ou num rito que o levará de um estado a outro sem que ele insista ou resista. Penso que o poeta nasce assim, devagar, aos poucos. Penso que ele continua nascendo quando transpõe certo estado mental para o papel e testa, organiza, reorganiza, pena, sofre, sorri ou chora até que o som de uma “aldrava” abra uma passagem e ele entre para o universo da linguagem para nascer e lutar e morrer e renascer quantas vezes for preciso, até se sentir poeta.

Pronto, ele ouve límpido o som do ranger da porta, é poeta! Esse belo título, Aldrava, e as seções que organizam os poemas no livro, levaram-me a pensar no nascimento de um poeta e em como ele nasce sempre diante de uma porta e não em outro lugar. O poeta deseja entrar no reino misterioso da linguagem e, claro, não posso me furtar a trazer para minha breve reflexão a “chave” de Drummond. Edson Flávio nasce trazendo a chave, mas traz por acréscimo a aldrava, essa imagem tão simbólica para os poetas e para todos aqueles que visitam seu livro primogênito e recebem permissão para entrar num edifício poético completo.

Uma vez no interior da morada, o que vemos é o poeta lado a lado com a poesia ou fundido a ela. Ele atravessa a “antessala” e o “vestíbulo”, tomado de um “assalto de alma armada”, avança até a “alcova” e, sem saída para “sacadas e parapeitos”, lambe a cicatriz do parto, experimenta a “inquietude”, a “dor”, o “desencanto”, a “cura”, o “silêncio”, o “tempo” e tudo o que pode sentir e ser um poeta recém-nascido.

Parabéns, Edson Flávio Santos! Vida longa à tua poesia!

 
 
 
 
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