A revista Comunicação, Cultura e Sociedade, do curso de Jornalismo da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Câmpus Tangará da Serra, lança sua décima primeira edição. Com o dossiê intitulado "Comunicação, Cultura e seus desafios", a nova edição reúne textos de pesquisadores do Brasil e do exterior. O objetivo é refletir sobre questões que envolvem o campo profissional da comunicação e a cultura midiática.
Ao todo, são 11 textos, sendo nove artigos, um ensaio e uma entrevista. Desses textos, a maioria enviada por pesquisadores de outras instituições de fora de Mato Grosso. O que garante, mais uma vez, a abrangência nacional e internacional da publicação que está vinculada ao Grupo de Pesquisa de mesmo nome.
Os textos da edição atual podem ser acessados aqui.
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Sobre a nova edição
Entre os 11 textos publicados, merece atenção especial aqueles voltados para debater a questão da relação entre as mídias e a atual pandemia. Foram três textos que destacaram o lugar da mídia na crise instalada pelo novo coronavírus.
No texto intitulado A saúde na era da testemunha: experiência e evidência na defesa da hidroxicloroquina, os pesquisadores Igor Sacramento, Allan Santos e Roberto Abib, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisam a pandemia de Covid-19 a partir de discursos midiáticos. No estudo, são analisadas as postagens públicas na página oficial do facebook do presidente Jair Bolsonaro e os enunciados dos médicos Nise Yamaguchi e Roberto Kalil.
Já no texto intitulado Professores ou influenciadores digitais? Refletindo sobre o uso das mídias digitais como complemento do ensino durante a pandemia de Covid-19, de Vítor Resende, do Instituto Federal do Amapá (Ifap), o foco reside no modo como os professores usam as novas mídias digitais para ensinar durante a pandemia. O argumento é que os professores tenham se mirado em influenciadores digitais para fazerem tal mediação.
Outro texto aborda a relação entre a cultura cigana, a pandemia e a comunicação. Intitulado Comunidades ciganas e a pandemia, o estudo é realizado pelo jornalista e pesquisador Aluizio Azevedo, do Ministério da Saúde, e aponta para alternativas comunicacionais para uma melhor integração de grupos historicamente excluídos no contexto de risco da pandemia que vivemos.
Ainda sob a ótica da saúde, o texto Comunicação e gênero: campanhas do Ministério da Saúde, de Marcelo Pires, Antônio Mota Filho, Antônio Nolberto e Geovane Linhares, da Universidade Estadual de Santa Cruz de Ilhéus (Uesc-BA), analisa como as questões específicas do gênero masculino estão inseridas nas campanhas relacionadas à saúde do Governo Federal.
Além da saúde, outra temática importante envolve o papel social (e-cidadão) a ser exercido pelas novas mídias, em seus quase infinitos entrelaçamentos sociotécnicos. Temática que, para mais para menos, é discutida nos textos “Aplicativo Laudelina: Comunicação Pública e estratégias em prol dos direitos de trabalhadoras domésticas”, da professora-pesquisadora Tamires Ferreira da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e “A interação do usuário-leitor de bibliotecas em aplicativos digitais”, de Paulo Cajazeira e Joelton Barboza da Universidade Federal do Cariri (UFCA).
A reflexão sobre a prática jornalística também é destaque nesta edição 11. No texto “A convergência do rádio: o podcast como proposta para o jornalismo em aplicativos de streaming”, de Alexandre Santos e Jean Carlos, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o podcast é apresentado como tendencia das novas gerações de pessoas se manterem informadas. Já no texto “Ética e fotojornalismo contemporâneo decolonial”, de Emanuele de Freitas, Denise Carvalho e Itamar Nobre, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a atenção maior é para uma prática jornalística mais inclusista, menos hegemônica. Ambos os textos sugerem um olhar mais minucioso acerca da prática profissional, logo apresentando alternativas para usos e apropriações das mídias, em face de uma sociedade em constante metamorfose.
O dossiê finaliza com um artigo intitulado “A construção de política de comunicação para a Universidade”, de Danielle Tavares, atualmente ocupando o cargo de Coordenadora de Comunicação da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). No texto, são apontados o que serão as diretrizes e metodologias do trabalho em comunicação e divulgação científica da universidade. Uma questão que reafirma a preocupação das instituições para com a comunicação como um processo cada vez mais estratégico no relacionamento com a sociedade.
Além do dossiê, também fazem parte dessa edição dois textos, sendo um ensaio e entrevista internacionais. O ensaio foi escrito pelo pesquisador português Pilar Damião, da Universidade dos Açores (Portugal), e retrata a versatilidade de sua conterrânea e jornalista Clara Ferreira Alves. Já a entrevista destaca os diálogos possíveis a serem realizados entre o Brasil e a Índia. Na entrevista, a professora e pesquisadora Sonia Regina Cunha da Universidade de São Paulo (USP) tem como entrevistado o renomado pesquisador indiano Madanmohan Rao, autor de dezenas de livros e atualmente diretor do grupo de pesquisas sobre Comunicação, Cultura e Educação para inovação digital “Your Story Media”, considerado o número 1 da Índia.
A revista CCS
A revista Comunicação, Cultura e Sociedade funciona desde 2013, ano de sua fundação, e atualmente está vinculada ao Grupo de Pesquisa Comunicação, Cultura e Sociedade. Ela é coordenada pelo professor Lawrenberg Advíncula da Silva.
Trata-se de uma publicação de circulação semestral e de conceito B2, segundo a última avaliação de periódicos da Plataforma Capes/Sucupira.