O governador Mauro Mendes (DEM) classificou como "lamentáveis" as denúncias de que vacinas contra a Covid-19 estariam sendo aplicadas irregularmente em pessoas e profissionais da saúde fora do grupo prioritário. Mendes pediu que os casos sejam punidos com rapidez pelos órgãos de controle.
"Necessário que o Ministério Público Estadual (MPE) e o Tribunal de Contas Estadual (TCE) atuem com firmeza e rapidez. Existem milhões de cidadãos na fila aguardando a vez. Não é justo que 'espertalhões' façam esse tipo de coisa, enganando todo mundo. Eu espero que o MPE e o TCE ajam com celeridade, esclareçam e punam quem realmente teve esse tipo de atitude".
O secretário estadual de Saúde Gilberto Figueiredo afirmou que a situação causada por quem está furando a fila da vacinação é "desconfortável". Os critérios do grupo prioritário, que estão recebendo as primeiras doses da vacina contra Covid-19, foram estabelecidos pelo Plano Nacional de Imunização (PNI).
"Infelizmente há os oportunistas. Parece que não sabem ler o PNI, as notas técnicas recomendatórias, sempre querem levar alguma vantagem. Mas aqui em Mato Grosso emitimos notas para as secretarias de Saúde, para os hospitais e editei uma portaria onde deixa claro o risco do gestor que 'sair fora' do que está preconizado como prioridade. Os órgãos de controle estão registrando e abrindo processos", afirmou.
Figueiredo alertou que muitos dos gestores que estão sendo coniventes com o desvio das doses podem perder o emprego.
"Quanto mais tempo de pandemia tivermos, mais esse problema vai se agravar, por isso a população precisa entender que precisamos ter, o mais rápido possível, a redução no número de casos [da Covid-19".
Interiorização do vírus
O secretário explicou que, no início da pandemia, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou que cerca de 80% dos contaminados pelo novo coronavírus estavam na Baixada Cuiabana. No entanto, no segundo pico de casos da Covid-19 o cenário se inverteu.
Agora, a maior parte dos infectados está sendo registrada no interior de Mato Grosso, enquanto 20% deles estão em Cuiabá.
"Muitos municípios que estavam tranquilos talvez relaxaram um pouco nas medidas não-farmacológicas e começam agora a experimentar a ampliação dessa contaminação. Temos a necessidade dos gestores municipais adotarem as medidas necessárias de controle, principalmente os municípios que estão mais distantes de leitos de enfermaria e UTIs para Covid-19. Precisam se resguardar mais ainda. A infecção cresce com uma velocidade muito grande. A distância da UTI pode ser significativa entre viver e morrer".