Completadas duas semanas do desaparecimento do pedreiro Rubson Farias dos Santos, 28 anos, na sexta-feira (12), a esposa do trabalhador, Sidneia de Oliveira, cobra uma resposta sobre o caso. Emocionada, ela conta ao portal GD que merece saber o paradeiro do companheiro, uma vez que a última notícia que tem é que ele foi levado desacordado de sua casa por um grupo de policiais militares.
Conforme noticiado pela reportagem, o pedreiro desapareceu na noite 29 de janeiro, quando militares invadiram a casa onde ele morava e o espancaram, no bairro Jardim das Oliveiras, em Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá). Relatos de pessoas que estavam presentes apontam que os vizinhos foram impedidos de prestar socorro ao homem, que, desacordado, foi colocado em uma viatura e não foi mais visto.
Passadas duas semanas do sumiço do companheiro, Sidneia conta que as idas até a delegacia se tornaram rotina. Contudo, a maior proximidade com a corporação não tem garantido qualquer tipo de resposta sobre o caso, que é investigado por meio de inquérito policial.
Revivendo os fatos da noite daquela sexta-feira a cada novo depoimento, a mulher conta, sem esperança, que não acredita que o marido ainda possa estar vivo. Com o passar dos dias, o espaço da dor do afastamento tem sido invadido pelo silêncio da corporação.
"Vamos fazer outra manifestação. Eu quero uma resposta e vão ter que me dar", disse a mulher. Sem data marcada, esse novo ato promete repetir clamor semelhante à primeira ação realizada pela família, na qual parentes e amigos protestaram na frente da delegacia da cidade cobrando respostas sobre o desaparecimento.
Na última semana, a reportagem entrou em contato com a Polícia Militar sobre o caso. Por meio de nota, a corporação apontou que o caso é investigado e que os policiais envolvidos foram afastados das funções operacionais, mas seguem atuando no setor administrativo.
Nesta semana, ao ser novamente questionada sobre o ocorrido, a corporação apontou que o inquérito policial instaurado para apurar o caso segue em tramitação e que as informações anteriormente passadas seguem válidas.
Nota da Polícia Militar
"O comandante do 6º Comando Regional da Polícia Militar, com sede em Cáceres, coronel Cesar Augusto Camargo Roveri, reforça que imediatamente à denúncia ouviu o depoimento da denunciante e instaurou Inquérito Policial Militar(IPM), procedimento presidido por um oficial superior.
Também lacrou a viatura que estava de serviço para que possa ser periciada e pelo GPS está levantando o trajeto do mesmo veículo na data do suposto desaparecimento. E ainda, afastou os policiais das atividades operacionais mantendo-os em funções administrativas até a conclusão do processo investigatório.
Informa também que todas as medidas adotadas são do conhecimento do comandante geral da PM e estão sendo acompanhadas por equipe da Corregedoria Geral da PMMT".