A recém nascida M. V. M. R., 24 dias, precisa passar por cirurgia de urgência em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI) para reverter quadro grave de celulite, abscesso e necrose faciais e em parte do pescoço. Ela foi internada na quarta-feira (10/3) no Hospital Regional de Alta Floresta e no sábado (13/3), a Defensoria Pública de Mato Grosso conseguiu liminar na Justiça que obriga o Estado e o município de Nova Canaã do Norte a evitarem o risco iminente de morte.
Porém, até o momento, a resposta da Central de Regulação do Estado é de que não há vaga. O defensor público que atua na comarca de Alta Floresta, Vinícius Hernandez, explica que o quadro da recém-nascida se agrava a cada minuto, pois o organismo dela não responde mais aos medicamentos usados pela equipe do Hospital Regional, para evitar o avanço da doença.
Ele informa que no final da tarde de ontem a juíza plantonista da Primeira Vara de Fazenda Pública de Várzea Grande, Viviane Isernhagen, concedeu liminar diante da urgência e iminente risco de morte da bebê, cujo caso foi classificado pelos médicos como de prioridade máxima (vermelho), com necessidade de atendimento imediato.
A Juíza determinou a imediata transferência da recém-nascida para uma vaga de UTI Neonatal do Sistema Único de Saúde (SUS) de um hospital público ou de um privado que tenha convênio com o SUS e até o momento, as buscas por essa vaga continuam, sem sucesso.
“A situação da família se torna ainda mais grave e desesperadora quando analisamos a precariedade do sistema de saúde de Mato Grosso, que não tem leitos suficientes de UTI Neonatal. Onde esses leitos existem, encontramos o problema de falta de estrutura adequada e de profissionais. Com a pandemia, a gravidade da situação ficou pior, pois o que era ruim, se tornou insustentável”, avalia o defensor que está em contato permanente com a Central de Regulação.
Hernandez explica que uma vaga de UTI Neonatal foi localizada no município de Tangará da Serra, porém, o hospital não conta com equipe de cirurgiões pediátricos e que, desde ontem, ele não consegue retorno dos hospitais privados no envio de orçamentos, para que possa pleitear a vaga numa unidade particular.
O pai de M., Luiz Carlos Ruiz Júnior, 25 anos, apela a quem puder ajudar a salvar a vida de sua filha, que os ajude. “Desde ontem ela não está se alimentando, ela está muito mal. Os médicos dizem que ela precisa urgente tirar a parte necrosada da pele para que a bactéria que provocou isso, pare de avançar. Os exames dela estão todos alterados e estamos desesperados, quero muito salvar a vida da minha filha, mas não acham essa vaga. Eu apelo e peço, por favor, nos ajudem”.
Luiz, que faz aniversário hoje, informa que tem outro filho de 1 ano. “Minha filha está tomando os remédios mais fortes que eles têm aqui, mas não está adiantando, precisa urgente dessa cirurgia”.