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Apesar de haver convênio 2.369 cirurgias de catarata deixaram de ser realizadas nos últimos anos em Cáceres
Por Sinézio Acântara
03/06/2021 - 07:12

Foto: ilustrativa

 Enquanto 4.980 pessoas estão na fila de espera, aguardando procedimentos oftalmológicos, 2.369 cirurgias de cataratas deixaram de ser realizadas, pelo Instituto Lions da Visão, nos últimos anos em Cáceres. É o que revela uma prestação de contas, do instituto enviado, na semana passada, à Comissão de Saúde da Câmara Municipal.

     Pelo convênio assinado com o município, conforme o documento, deveriam ser realizadas, anualmente, 4.200 cirurgias – equivalente a 200 mensalmente -; 200 consultas, com 150 óculos e ainda a disponibilidade de 20 leitos para observação pós-cirurgias. Contudo, no ano de 2020 foram realizadas apenas 31 cirurgias, além de 308 consultas.

     O documento informa que o Lions da Visão não dispõe de contrato, como foi anteriormente informado pela Secretaria Municipal de Saúde, mas sim de um convênio com o município, para realizações de consultas e cirurgias oftalmológicas, entre elas, de cataratas, pterígio e mapeamento de retina.

     O valor total do convênio é de R$ 720 mil anuais, com um teto de R$ 60 mil mensais. Contudo, em nenhum mês a produtividade aproximou do teto, por falta de envio de pacientes, pela Secretaria de Saúde.

    Se por um lado não houve produtividade por falta de pacientes, por outro também não houve pagamento. O maior valor recebido pelo instituto foi em janeiro de 2020: R$ 18.320,00 resultado de 15 cirurgias de catarata e 24 consultas.

    No total, o Lions da Visão recebeu da prefeitura em 2020 apenas R$ 47.480,00. O documento mostra que foram encaminhados, para tratamento, pacientes apenas nos meses de janeiro, fevereiro, março e setembro.

    Apesar da grande demanda reprimida de pacientes oftalmológicos, no início deste ano, a falha permaneceu.  Até no final do mês de maio, haviam sido encaminhados, pela Secretaria de Saúde, apenas 17 pacientes, sendo 15 para consultas e dois para cirurgias de catarata. O que totalizou de R$ 2.600,00. Mesmo assim, a nota não havia sido paga.

     A prefeita foi informada pela realidade dos fatos, a respeito do convênio entre o instituto e a prefeitura, pelo vereador Luiz Landim (PV), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, que durante os últimos dias, manteve contatos e se reuniu pessoalmente com os diretores do Lions da Visão se inteirando da situação.

     “Achei estranho a administração municipal determinar a rescisão do convênio com uma empresa séria e idônea como o Lions da Visão. Daí resolvi me inteirar melhor. Fiz vários contatos e por fim, me reuni com os diretores do instituto que me forneceram os documentos que comprovam a falha” disse Landim

      Ao ser informada sobre a real situação, pelo vereador Luiz Landim, a prefeita Eliene Liberato Dias, determinou a suspensão da rescisão contratual, que havia ordenado anteriormente, ordenou o pagamento da nota fiscal e recomendou a retomada, imediata, dos serviços com agendamentos de consultas para cirurgias, que tiveram início no mesmo dia.

     A prefeita havia determinado a rescisão contratual com a Lions da Visão diante das informações distorcidas de que o instituto não vinha prestando serviços suficientes e havia suspeita de que estaria recebendo ser prestar trabalhos pelos quais havia sido contratada. 

 

 

 

 

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