O juiz da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, João Bosco Soares, determinou que a jornalista Nildes Soares, que vem preocupando e chamando a atenção da sociedade mato-grossense por aparentes “surtos psicóticos públicos”, seja atendida pelo Serviço Psicossocial de Cuiabá. A rede de saúde mental presente na Capital conta com ambulatórios, residências terapêuticas, pronto-atendimentos e outros serviços.
Em decisão desta sexta-feira (15), o juiz manteve a liberdade da jornalista por descumorir as medidas cautelares impostas na audiência de custódia realizada na última terça-feira. Entre as falhas cometidas pela jornalista está andar com a tornozeleira eletrônica desligada, sair a noite e frequentar bares e congêneres.
“A medida de prisão está descartada, neste caso, a não ser que outros crimes – e mais graves – sejam cometidos pela senhora Nildes de Souza. Inviável, também, a imposição de tratamento psicológico compulsório, seja porque a lei assim não autoriza, seja porque esta medida já foi repudiada pela jurisprudência, seja porque não há, atualmente, estrutura adequada para tanto”, analisou o magistrado.
Em sua decisão, o juiz João Bosco Soares também fez um apelo a amigos e familiares da jornalista para tentar convencê-la dos riscos a que esta exposta. Na quinta-feira (14), vídeos que circulam nas redes sociais flagraram a jornalista numa outra briga, com direito a “empurrões”. Desta vez o incidente ocorreu num bar em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá.
“Mantive contato telefônico, nesta ocasião, com a equipe de assistência psicossocial da Comarca de Cuiabá (psicóloga Khatya, da APEC) e a encarreguei de localizar, o mais rapidamente possível, familiares da averiguada, que possam acolhê-la, ampará-la e convencê-la ao tratamento ambulatorial, e também convencê-la a cessar a intensa exposição em que se encontra, esclarecendo-a dos riscos que corre e dos malefícios que gera a si própria e a seus filhos e demais familiares”, advertiu o magistrado.
O juiz determinou, ainda, que o Serviço Psicossocial de Cuiabá “diligencie perante vizinhos, conhecidos e amigos da averiguada, envidando todos os esforços possíveis, no sentido de localizar seus familiares, no propósito de implementar a somatória de forças, no propósito de resguardar a averiguada, prevenindo-a dos riscos que corre, e convencendo-a a abraçar o tratamento ambulatorial”. A rede de saúde mental deve fornecer um relatório em até 48 horas sobre o caso, indicando, inclusive, endereços e contatos das pessoas próximas à jornalista.
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