O que seria do mundo sem mim ? Como seria a vida das pessoas ao meu redor se você não tivesse nascido? Tive essa resposta quando assisti “A Felicidade Não se Compra” película que nos faz refletir sobre nossa influência no comportamento e na vida de quem nos cerca; simplesmente por estarmos aqui, existindo. É o tal laço invisível que nos une. que é uma celebração da fé, da família e da comunidade e que neste mês comemora bodas de brilhante, de seu lançamento, é um daqueles clássicos indeléveis do cinema em que a questão não é saber se você já assistiu, mas quantas vezes assistiu.
Com pouco mais de dez minutos de filme, a imagem é congelada. O espectador passa a ver uma foto do jovem James Stewart, os braços abertos em um gesto largo, o rosto surpreendido numa fração de segundo em que faz uma careta. A voz em off de um personagem pergunta por que parou, e outra voz em off responde: “Quero que você preste atenção neste rosto” Antes mesmo de congelar a imagem do jovem James Stewart, Capra já havia surpreendido o espectador colocando como personagens – aquelas das vozes em off – nada menos que Deus, mais José, o pai, e um anjo. Eles estão no céu conversando sobre George Bailey, um sujeito por quem diversas pessoas lá na Terra estavam rezando . Quando Deus e José explicam a Clarence que sua missão é ajudar aquele George Bailey, Clarence pergunta:
– Ah, ele está doente?
E José responde, numa brilhante expressão da cartilha de Capra:
– Pior. Está desencorajado.
Segundo Frank Capra, em uma entrevista ele asseverava: Estar desencorajado, desanimado, desesperançado, é pior do que estar doente, precisar de ajuda é um dom, uma dádiva. É prova de que se é humano. Por isso A Felicidade Não se Compra, (It’s a wonderful life) faz até hoje sucesso no natal, e esse sistema de ação, muito mais tarde seria usada outras vezes no cinema: a de mostrar uma realidade atual ou futura que poderia ter existido se não fosse por algo que aconteceu no passado. É uma espécie de flashforward, para diante, em vez de para trás, para um futuro alternativo, desviante, uma realidade paralela que teria sido possível se as circunstâncias tivessem sido outras no passado. Se se tivesse optado por entrar à esquerda numa bifurcação, em vez de pegar a direita, ou de atender ao telefonema de um ex-amor.
Em sua autobiografia, Capra escreveu: “Acho que foi o maior filme que eu fiz. Mais ainda, eu achava que era o maior filme que qualquer um fez Quem concorda com essa frase é Karolyn Grimes, 81 anos, atualmente, e que interpretou Zuzu, a filha mais nova de George Bailey, a “biscoitinho de gengibre” que, no clímax profundamente comovente do filme, diz talvez sua frase mais citada: “Olha, papai, o professor diz que toda vez que um sino toca, um anjo ganha asas”. Ela conta que sua cena favorita é quando George emerge de seu pesadelo e implora a Deus: “Eu quero viver de novo”.“No minuto em que ele diz ‘Deus’, começa a nevar”,
Se não fosse por George, sua bondade em ajudar as pessoas, muitas pessoas teriam ido à ruína. Ele enxerga em cada detalhe, cada esquina, o quão frustrante seria a vida de todos sem que ele tivesse sido a pessoa que foi. Ele enxerga, de fato, o quão valiosa é sua jornada. E volta à vida com um sentimento explodindo de dentro dele: gratidão. Pelos seus filhos, pela sua firma, pelos seus amigos, pela sua casa “caindo aos pedaços”. A alegria, a capacidade de superação, a fé e a valorização da vida e de tudo aquilo que somos e representamos para outras pessoas tem que ser o combustível de nossas vidas. Uma das mais poderosas lições do filme “A Felicidade Não Se Compra”, reside justamente na ideia de nossa importância real, ou seja, de como nossa existência pode afetar a vida de outras pessoas. A vida é linda quando temos alguém para amar. Que o filme da vida de cada leitor, tenha um novo enredo, novas cores e muita música. Feliz Natal.
Rosildo Barcellos, Articulista.