O deputado estadual Valmir Moretto (Republicanos) afirmou que não acredita que os processos abertos pelo Ministério Público Federal (MPF) em seu desfavor possam prejudicar sua campanha a reeleição. Segundo o parlamentar, ele tem contribuído com a justiça e seu interesse é que tudo se resolva o mais rápido possível.
“Eu não vejo dificuldade nenhuma disso, até mesmo porque eu tenho contribuído muito para a justiça, tenho um grande interesse em resolver mais breve possível. E aí cada eleitor tem que fazer a sua avaliação, me conhece, conhece meu caráter, conhece a minha idoneidade e conhece a seriedade da empresa também. Cabe a cada eleitor fazer a sua conclusão e a gente aguardar o processo, que é um processo que qualquer coisa que eu falar aqui não vale nada, o que vai falar valer é a decisão do processo judicial”, afirmou, na última quarta-feira (2).
O processo aberto em face do deputado estadual Valmir Moretto e mais um conjunto de pessoas físicas e jurídicas tem como valor de causa no montante estimado em R$ 34 milhões. Informações sobre o caso perderam sigilo em decisão do juiz Rodrigo Bahia Accioly Lins, da 1ª Vara Federal Cível e Criminal de Cáceres.
Segundo os autos, provenientes da Operação Trapaça, o esquema de desvio de dinheiro público por meio de fraudes a licitações era centralizado em, além de Moretto (então prefeito de Nova Lacerda), pessoa identificada como Wemerson Prata (então prefeito de Salto do Céu). Na condição de gestores dos municípios, ambos passaram a direcionar licitações para empresas de seus relacionamentos.
Segundo o MPF, o esquema consistia, na quase totalidade das vezes, na participação de empresas ligadas aos gestores, dando aparência de concorrência, quando, na verdade, o resultado já estava pré-determinado e o real executante do contrato não seria necessariamente a pessoa jurídica vencedora.
Moretto participou, na quarta-feira (2), do almoço do governador Mauro Mendes (DEM) com os deputados estaduais. Ele afirmou que um dos pedidos de Mendes foi de que os parlamentares separassem as campanhas eleitorais das ações pelo desenvolvimento do Estado. O republicano disse, também, que pessoalmente não vê nenhum problema em secretários de Estado saírem candidatos.
“Eu acho que a gente tem que ter um respeito a todos. Tanto pela parte do secretário como parte do parlamento. Eleição é eleição, eu não tenho preocupação com gente, para mim secretário ficar, deixar de ficar, se ele permanecer, deixar de permanecer, isso pra mim não muda nada, o que muda é o trabalho que eu estou entregando para a minha sociedade, eu tenho certeza que eu estou dando melhor de mim e cabe à sociedade avaliar se isso está satisfatória a ela. Se ela tiver satisfatória, ela me reconduz ao cargo, e se não estiver ela tira. E que eu acho que os nossos eleitores têm que tirar quem não entrega resultado para a população. Sempre foi a minha opinião”, completou.