Homicídios dolosos (quando há intenção de matar) tiveram aumento em 9 das 15 Regiões Integradas de Segurança Pública (Risp) de Mato Grosso no comparativo entre janeiro e julho de 2021 e 2022. A guerra entre facções e a disputa por território no tráfico de entorpecentes está entre as principais motivações. Já o efetivo reduzido da Polícia Judiciária Civil nas regiões mais violentas dificulta a investigação e a efetiva punição dos autores pela Justiça.
Na região de fronteira, tendo como polo o município de Cáceres (225 km a oeste), o aumento foi de 87%, saltando de 23 para 43 crimes de um ano para o outro. Somente na cidade de Cáceres o aumento foi de 333% no número de homicídios no primeiro semestre quando foram registradas 26 execuções entre janeiro e junho deste ano contra 6 no ano de 2021. A disputa na venda de drogas entre as facções Comando Vermelho (CV) e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que tentam se instalar na região, foi responsável pela maioria das mortes.
A cidade de Sorriso (420 km ao norte) puxou os números da Risp de Sinop, região que nos 7 primeiros meses do ano registrou 61 homicídios contra 44 no mesmo período do ano anterior, um aumento de 39%. Nos 7 primeiros meses deste ano a cidade registrou 32 homicídios, total de todo ano de 2021. Somente no mês de julho foram 11 homicídios.
Outro destaque é a região Sul, que tem Rondonópolis como polo. O aumento foi de 57% com 55 execuções em 2022 contra 35 no ano anterior. Cuiabá também saltou de 44 para 61 homicídios, com aumento de 39% este ano.
Os números são da Secretaria Adjunta de Inteligência (SAI) da Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp) que mostram que entre janeiro e julho deste ano foram registrados 15,9% mais homicídios em Mato Grosso, em relação ao mesmo período do ano anterior. De 434 crimes em 2021 este ano já são 503 homicídios. Mas os dados ainda não estão totalmente consolidados e podem ser ainda maiores.
Análise dos registros mostrou que 165 crimes (32,8%) ocorreram em via pública e 155 deles (30%) em residências particulares. Até o dia 31 de julho foram registradas 66 mortes por intervenção de agentes do estado em Mato Grosso.