Prestes a completar 80 anos, a principal ponte que une duas rodovias rodovias federais BR-070/174 em Cáceres – a Ponte Marechal Rondon, sobre o rio Paraguai, devido ao baixo volume de águas, expõem suas sapatas, sendo duas delas acima da lâmina da água.
A régua de monitoração instalada na Agência Fluvial de Cáceres, apresenta hoje (8), 0,76 centímetros de altura. A tendência é que esse nível desça até o mês de dezembro época em que os pantaneiros batizam de “temporada de chuvas”.
O prolongamento da estiagem não expôs apenas as vigas de sustentação da ponte, bem como revelou uma voçoroca no início da mesma no lado urbano da cidade.
O engenheiro Adilson Reis, apontado como uma das maiores autoridades na região na área de infra-estrutura e hidrovia, já fez um alerta as autoridades. Contudo, apesar da gravidade nenhuma providência foi tomada.
Além desse solapamento num dos elos da “Velha Senhora” (apelido da ponte), os calços das vigas à vista expõem corrosão dos ferros e dos blocos de cimento.
Alheio a essa situação o Departamento Nacional de Transportes e Logística ( Dnit), contratou uma empresa com sede no Distrito Federal, que vem executando serviços de dragagens nos pontos mais sinuosos do Rio Paraguai, acima da Estação Ecológica do Taiamã, e se deslocando para Cáceres, as equipes com maquinários já se encontram entre a Baía do Alegre e o Furado do Touro. A Jeed engenharia tem como meta atingir até o Porto de Cáceres situado no Bairro São Miguel, que se encontra desativado há vários anos.
O comandante da Marinha do Brasil no município capitão Sérgio Leonardo Sales confirmou a reportagem a presença da empresa, informando ainda que a execução e a contratação é de responsabilidade do Dnit. No entanto, a Capitania dos Portos de Mato Grosso fiscaliza o trabalho executado.
Há uma intensa movimentação entre os produtores de grãos – notadamente dos municípios de Tangará da Serra; Nova Mutum; Diamantino; Lucas do Rio Verde; Sorriso entre outros – visando a reativação do Porto de Cáceres, para exportação da produção.
Noutra ponta da corda, ambientalistas relutam contra às liberações de portos no “cerne ” do Pantanal, assim como as dragagens para favorecer às embarcações voltadas para o transporte de soja e milho, principalmente.
Os ambientalistas também travam uma luta contra a instalação de Pequenas Hidrelétricas no rio Cabaçal, um dos principais afluentes do rio Paraguai e formador do Pantanal Mato-grossense.