Enquanto um dos mais importantes projetos turísticos de Cáceres, a Revitalização e Urbanismo da Orla do Rio Paraguai, continuam engavetados, pelo governo estadual, o início do período de seca se encarrega de expor o cenário vergonhoso das margens do rio, nas imediações da cidade.
Imagens recentes fornecidas por uma moradora, mostram não apenas a precariedade com as margens decorrente do amontoado de pedras e lixo como também revela, o esgoto in-natura que cai a poucos metros do local de captação de água para tratamento e, posterior, consumo da população.
A situação derivada do descaso das autoridades depõe contra a cidade considerada, de características turísticas, principalmente, quando receberá, nos próximos dias, milhares de turistas e visitantes para o 40º Festival Internacional de Pesca (40º FIPe) de Cáceres.
Orçado em R$ 17 milhões, o projeto para construção da Orla do Rio Paraguai, é antigo. Foi lançado na primeira gestão do ex-prefeito Francis Maris Cruz, em 2016. O recurso chegou a ser aprovado pelo Ministério do Turismo, mas nunca foi liberado. Ao município caberia a contrapartida de R$ 4.5 milhões.
O projeto
No papel, o projeto arquitetônico da orla do rio Paraguai em Cáceres, é um dos mais belos do Estado. Prevê a requalificação de 1.240 metros da orla, na área central da cidade, desde a sede da Sematur até a praça Vilas Boas. Ao todo serão 78.827,15 metros quadrados de área construída.
Todas as licenças ambientais necessárias como da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Agência Nacional de Água (Ana), Marinha e Conselho Nacional do Meio Ambiente (Consema) já foram concluídas e anexadas ao processo.
A reurbanização da orla prevê a construção de Gazebo para prática de atividades físicas, playground e contemplação; construção de muro de arrimo com rampas e escadas ao longo de toda orla; 242 metros de deque flutuante para atracamento de embarcações.
Consta ainda a construção de quiosques – sendo três para lanchonetes e um para o Centro de Atendimento ao Turista (CAT). E, também a revitalização total da Praça Vilas Boa, com construção de quadra de areia, quiosque e uma pequena fonte luminosa. Ao longo de toda orla seria construída uma ciclo faixa, para possibilitar a trafegabilidade no trecho urbanizado
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Promessas que não saíram do papel
Durante campanha política, no dia 3 de outubro de 2018, o governador Mauro Mendes, garantiu a execução do projeto: “É preciso desenvolver essa região, expandir seu potencial turístico e melhorar os serviços públicos da cidade. Vamos melhorar muito a qualidade de vida do povo de Cáceres”, disse.
O então candidato citou que as belezas naturais de Cáceres precisam receber maior investimento e estrutura para fazer o Turismo crescer na região.
“Mais Turismo é sinônimo de mais emprego e renda, de mais qualidade de vida. Em Cuiabá, a Orla do Porto era um lugar sujo, frequentado por usuários de drogas, prostituição. Hoje é um grande point porque tivemos esse olhar. Faremos em Cáceres aqui nessa orla algo no mesmo molde, tão grande e tão bonito”, garantiu.
As promessas continuaram. Em junho de 2021, os secretários de Estado e Desenvolvimento Econômico (Sedec), Rui Barbosa Egual e da Secretaria de Estado e Infraestrutura e Logística (Sinfra), Marcos Ojeda, estiveram em visita a cidade, para iniciar a obra de construção da Orla de Cáceres.
À época a secretária de Turismo, Alessandra Castilho, disse que acompanhou os secretários para supervisionar a primeira etapa da construção. “Eles explicaram que iniciam a obra ainda neste semestre. A construção da Orla será por etapas, o valor inicial é de R$ 4 milhões. E para baratear os custos, a construção começa da Sicmatur até a Praça Barão” disse. Tudo ficou na promessa.