No ano passado, Senado aprovou mais recursos para políticas públicas de segurança na fronteira, mas projeto está parado na Câmara
O senador Jayme Campos (União-MT) voltou a defender o emprego das forças armadas no combate ao tráfico de drogas e de armas na fronteira com a Bolívia. Segundo ele, é “humanamente impossível” apenas as forças de segurança do Estado fazerem o controle da extensa faixa que separa o Estado do país vizinho e disse que é preciso uma grande integração de governos e poderes para enfrentamento as facções criminosas PCC e Comando Vermelho.
Ex-governador de Mato Grosso e um dos políticos de maior envergadura do Estado no Congresso Nacional, Jayme Campos admite que houve avanço considerável do crime organizador em Mato Grosso. Ressaltou, porém, que “esse crescimento da violência não é um privilégio do Estado” e lamentou que o fenômeno da insegurança se alastra por todo o país.
Jayme Campos participou da solenidade de entrega de viaturas para a Policia Rodoviária Federal, adquiridas com recursos de emendas ao Orçamento da União. Ele ressaltou que o próprio Governo do Estado tem feito grandes investimentos para fazer “uma Polícia moderna e bem equipada”. Contudo, segundo ele, o crime “prosperou de tal forma que o poder do Estado muitas das vezes se mostra impotente para fazer o enfrentamento necessário” e defendeu
“O que precisa é que haja uma conjugação de esforços de todas as instituições de segurança” – afirmou. Segundo ele, “o próprio Poder Judiciário tem que dar sua contribuição: “Lamentavelmente se prende marginais e com poucos dias, com poucas horas, já está na rua. Então, precisamos fazer um freio de arrumação”.
O senador mato-grossense assinalou que o Congresso Nacional tem aprovado todos os dias “leis mais duras”, mas admite a existência de brechas que permitem às vezes que criminosos sequer fiquem presos. Ele citou os adventos da residência fixa e do réu primário que canaliza o pagamento de fiança para que o criminoso possa responder em casa. Ele também cita decisões isoladas do Judiciário como problema a ser resolvido.
“O Brasil tomando um rumo muito ruim. Já há até um esgarçamento da situação. É preciso trabalhar um conjunto de prioridades para que possamos reduzir esse nível de criminalidade” – frisou, ao destacar que o combate as facções criminosas precisam ser feitas pela União, estados e municípios, com o apoio do Judiciário e do Legislativo “24 horas por dia”.