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MT-251 - PORTÃO DO INFERNO - Há um ano, motoristas enfrentam bloqueios e sistema pare e siga
Por Joanice de Deus
27/12/2024 - 15:33

Foto: Secom MT

Com as constantes chuvas registradas nos últimos dias, o trecho da MT-251 nas proximidades do Portão do Inferno, na saída de Cuiabá para Chapada dos Guimarães, voltou a sofrer interdição total, seguida de liberação da passagem de carros somente no sistema de pare e siga.

Medidas como estas vêm sendo adotadas desde dezembro de 2023, quando deslizamentos de terra do paredão passaram a ser registrados com certa frequência no local.

Uma interrupção mais recente no trânsito ocorreu no início da tarde de quarta-feira (25) de Natal.

De acordo com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), o bloqueio segue protocolo de segurança estabelecido como forma de prevenir deslizamentos e evitar acidentes aos motoristas que trafegam pela rodovia estadual.

Segundo a Sinfra, somente no período de 12 horas, foram registrados mais de 50 milímetros de chuva na estação meteorológica no lugar.

Com isso, a rodovia só é reaberta após o período de observação, com uma vistoria feita por equipe técnica e avaliação sobre a quantidade de água que caiu na região.

No início da noite do mesmo dia, a circulação de veículos voltou a funcionar em uma das pistas, ou seja, no sistema pare e siga.

Com fluxo de veículos intenso, a MT-251 foi asfaltada no final dos anos 70, mas, há décadas, é a principal rota de ligação entre a Capital ao município turístico de Chapada dos Guimarães, além de passar dentro da área do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.

Para resolver o problema definitivamente de queda de blocos rocha, a Sinfra deu início, no fim de agosto passado, com as primeiras ações que compõem as obras de retaludamento do paredão, como cercamento do lugar para evitar o afugentamento da fauna e resgate da flora.

Essas medidas atendem às condicionantes ambientais exigidas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Após a conclusão da supressão vegetal e da implantação do caminho de serviço é que deve começar a retirada do maciço rochoso do Portão do Inferno.

Com o início dessa etapa, será necessário realizar bloqueios totais no trecho, como forma de garantir a segurança necessária para a execução dos serviços.

Vencedora de licitação emergencial, a empresa contratada foi a Lotufo Engenharia, que apresentou a considerada melhor proposta financeira, de R$ 29,5 milhões.

Na ocasião, a Sinfra informou que o retaludamento foi escolhido após uma série de estudos, e consiste na retirada do maciço rochoso na curva do Portão do Inferno e a criação de taludes, uma série de cortes, que funcionam como degraus para impedir os deslizamentos de terra.

Com isso, a estrada será recuada em dez metros, evitando também a passagem sobre o viaduto que existe hoje no local.

A opção pelo retaludamento foi escolhida levando em conta uma série de fatores, como mais segurança quanto ao risco de quedas de blocos e em relação ao possível colapso do viaduto; custo financeiro menor; prazo de execução mais rápido; menos complexidade e; menos impacto socioeconômico ao município de Chapada dos Guimarães.

O retaludamento do paredão, no entanto, é alvo de ação civil pública ingressada pelo Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado (MP-MT) que apontam diversas irregularidades no licenciamento ambiental da obra e alerta para o risco de alteração irreversível da paisagem e topografia do local, além do aumento no risco de deslizamentos durante e após o término das atividades.

Enquanto a rodovia estiver interditada, a rota alternativa indicada pelo órgão estadual de Infraestrutura para os motoristas é seguir pela BR-163/070 e até Campo Verde (140 a Leste de Cuiabá) e, depois pelas MTs-140 e 251, até Chapada dos Guimarães.

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