Com três mortes Cáceres divide com Cuiabá, o ranking estadual de feminicídios. O último caso – nos oito primeiros meses de 2025-, foi o de Cristiane Campos Silva, 36 anos, ocorrido noite de segunda-feira (25). Com exceção da Capital, nesse quesito de violência, o município supera, as maiores cidades do interior do Estado como Várzea Grande e Rondonópolis, cada uma com dois casos.
De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, nos seis primeiros meses de 2025, 28 mulheres foram assassinadas em casos de feminicídio em Mato Grosso. Um aumento de 31,57% em relação ao mesmo período do ano passado que registrou 19 casos. No total, em 2024 foram registrados no Estado 47 assassinatos de mulheres.
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Feminicídio é o assassinato de uma mulher cometido devido ao fato de ela ser mulher ou em decorrência da violência doméstica. Foi inserido no Código Penal como uma qualificação do crime de homicídio em 2015 e é considerado crime hediondo.
Além de Cristiane Campos, morta a tiros no interior de sua residência no bairro da Cavalhada, por um grupo formado por quatro criminosos que arrombaram a porta dos fundos e invadiram a casa, outra morte na estatística é o da idosa Ana Maria dos Santos, 63 anos. O fato ocorreu no dia 02 de março. Ela foi assassinada a facadas pelo marido Saturnino Tomicha, 62 anos.
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Além de três casos de feminicídio consumado, a Polícia Militar registrou, nesse perído, pelo menos, um feminicídio tentado em Cáceres. Andressa Rodrigues de Oliveira (25) foi alvejada com tiros de revolver disparados pelo marido. A tentativa de assassinato ocorreu no dia 18 de maio, no interior de sua residência na chácara Nossa Senhora Aparecida.
Justiça é citada por aumento de criminalidade
Alguns policiais e até um advogado creditam o aumento desse tipo de crimes, a flexibilização da lei. Em muitos casos, eles reclamam que ‘a polícia prende e a justiça solta”. “Muitos desses criminosos são conhecidos. Alguns já foram presos mais de uma vez. O que ocorre é que, são presos em um dia e no dia seguinte estão soltos, praticando os mesmos crimes” relada um PM.
Outro fator apontado é a demora excessiva da justiça para julgar e punir os criminosos. “A demora na apuração e no julgamento dos processos criminais envolvendo violência doméstica é um dos motivos pelos quais os casos de feminicídio não diminuem, só aumentam. Infelizmente o agressor sabe da morosidade da justiça e por conta disso essas pessoas continuam ameaçando e matando suas esposas”.
A afirmação é do advogado Emerson Pinheiro Leite, assessor jurídico da Câmara de Cáceres, filho de uma senhora que teria sido vítima de feminicídio, pelo esposo, no ano de 2020 e até agora, depois de 5 anos, o autor ainda não foi julgado e tampouco condenado. Diante da demora, ele chegou a escrever uma carta e enviar à justiça afirmando que “acredita na justiça divina para punir o responsável”.
Veja lista de municípios onde os casos aconteceram: Obs. A lista cita os casos ocorridos até o mês de junho. Por isso aparece Cáceres com 2 casos. Não está inserido o último assassinato ocorrido nas segunda-feira (25).
Água Boa – 1 caso
Alto Boa Vista – 1 caso
Bom Jesus do Araguaia – 1 caso
Cáceres – 2 casos
Confresa – 1 caso
Cuiabá – 3 casos
Guarantã do Norte – 1 caso
Jaciara – 1 caso
Juscimeira – 1 caso
Lucas do Rio Verde – 2 casos
Nobres – 1 caso
Nova Guarita – 1 caso
Nova Mutum – 1 caso
Pontes e Lacerda – 1 caso
Ribeirãozinho – 1 caso
Rondonópolis – 2 casos
São José do Rio Claro – 1 caso
São José dos Quatro Marcos – 1 caso
Sinop – 2 casos
Sorriso – 1 caso
Várzea Grande – 1 caso
Vera – 1 caso