Uma reunião realizada na manhã desta quinta-feira (4), em Cáceres, alinhou as diretrizes para a implantação do primeiro free shop do município. A expectativa é que a unidade comece a funcionar ainda este ano, transformando a cidade em uma “Miami pantaneira”, com potencial de atrair investimentos e ampliar o comércio local e internacional.
O município fronteiriço pretende inaugurar seu primeiro free shop ainda neste ano. Além de dois projetos locais em andamento, já existem 22 estudos para novas unidades. O limite de compras será de US$ 500 por mês por CPF, em mercadorias importadas e livres de impostos.
O vice-presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Heloizo Motta, participou da reunião, que alinhou as diretrizes para a implantação do primeiro free shop da cidade.
Ele acrescenta que, embora a instalação de empresas desse porte geralmente leve de seis meses a um ano e meio, a expectativa é que Cáceres antecipe esse prazo. O interesse, segundo Motta, é crescente, com 22 estudos de viabilidade em andamento, cenário que pode transformar o município na chamada “Miami pantaneira”.
Emprego e economia
O vice ainda destacou que tanto o Distrito Industrial quanto o free shop deve funcionar como motor de desenvolvimento em Cáceres. Ele lembrou que empresários de fora já estão procurando o município para se instalar e classificou os projetos como uma “alavancagem de renda e emprego”, capazes de movimentar a economia local.
Ele também reforçou que “tudo que é atrativo o empresário quer, onde tem renda, o empresário quer participar”, indicando que os incentivos previstos vão estimular novas empresas a se instalarem.
Produtos e impacto no comércio local
Sobre os receios dos comerciantes, Motta afirmou que o free shop vai se concentrar em produtos importados, sem competir diretamente com o varejo local. “Os produtos que vão ser vendidos dentro do free shop são importados, poucos nacionais. Então não vai ter uma concorrência direta com a cidade. Pelo contrário”, destacou.
O vice também comentou que alguns comerciantes locais temem prejuízos com a chegada do free shop. Ele, no entanto, rebateu afirmando que as lojas devem atrair consumidores de outras regiões, e isso pode aquecer também o comércio de rua em Cáceres.
Para ele, o público deve vir não só da cidade, mas também de Cuiabá, Várzea Grande e de outros municípios em um raio de até 420 quilômetros, ampliando ainda mais o alcance turístico e comercial da região. “Quem não aderir está perdendo, a água está passando”.
Segundo Heloizo Motta, ainda falta a assinatura de um decreto pelo governador para que as lojas possam começar a adquirir mercadorias. Segundo ele, esse é um passo essencial para o funcionamento do free shop, já que o processo não depende apenas da iniciativa dos empresários.
Ele também observou que os comerciantes de Cáceres precisam se preparar para esse novo cenário. “Às vezes a gente não imagina o quão grande é um free shop. Os empresários locais precisam olhar para outras cidades que já têm esse modelo e entender como se inserir nesse contexto. Quem não aderir está perdendo, a água está passando”, disse.
A lei estadual, sancionada em junho, isenta o ICMS sobre os produtos vendidos em free shop, mas prevê contrapartida de 5% da arrecadação ao Fundo de Apoio às Ações Sociais de Mato Grosso (FUS-MT). O objetivo é garantir que o crescimento econômico venha acompanhado de investimento social na região.
Também foi pauta da reunião um Projeto de Lei Complementar que cria o Programa de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Cáceres (Prodesc), para a retomada do Distrito Industrial de Cáceres.