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Treinador de goleiros do Cacerense agride árbitro assistente em jogo no Geraldão
Por PNB
17/09/2025 - 13:22

Foto: reprodução

Treinador de goleiros do Cacerense desferiu soco após gol do Mixto; caso foi parar na delegacia e será analisado pelo TJD-MT

 

Um episódio de violência marcou a última rodada da fase de grupos do Campeonato Mato-grossense Feminino, no último domingo (14.09). Durante a partida entre Cacerense e Mixto, no Estádio Geraldão, em Cáceres, o árbitro assistente Gustavo Anibal Silva Ribeiro Taques foi agredido com um soco no rosto pelo treinador de goleiros do Cacerense, Samir Joaquim Chaves Silva. O golpe deixou o árbitro inconsciente e com ferimentos, sendo necessário realizar suturas com três pontos na boca.

Segundo a súmula, a confusão começou aos oito minutos do primeiro tempo, após o Mixto abrir o placar. Revoltado, Samir partiu em direção ao assistente e passou a ofendê-lo:

“Seu ladrão, estava impedido! Vai tomar no seu c, seu ladrão, desgraçado, não viu impedimento! Seus ladrões, filhos da p*, você é um ladrão, bandeira*, teria gritado”.

Ao ser informado da expulsão pelo árbitro principal, Adilson Martins Rodrigues, o treinador reagiu:

“Ah, é? Vai me expulsar, desgraçado?, disse antes de desferir o soco”.

O policiamento no estádio conteve o agressor, que foi detido e encaminhado à delegacia. Enquanto isso, o assistente recebeu atendimento médico emergencial e retornou à partida, que ficou paralisada por cerca de 10 minutos. No intervalo, ele passou por anestesia local e levou três pontos, mas seguiu até o fim do jogo. Após o apito final, registrou boletim de ocorrência e realizou exame de corpo de delito.

Em depoimento, Samir admitiu a agressão e alegou estar “descontrolado emocionalmente”. A polícia classificou o caso como lesão corporal e perturbação da ordem pública.

O árbitro assistente desabafou após a partida:

“Após validar o gol do Mixto, fui surpreendido por agressões verbais do treinador de goleiros. Quando comuniquei ao árbitro a necessidade da expulsão, ele me atingiu com um soco na boca, causando um corte que exigiu pontos. Mesmo com dor, segui na partida e concluí meu trabalho com compromisso e imparcialidade”.

“Árbitros não são inimigos das equipes, somos parte essencial do espetáculo. O futebol nunca pode ser palco de violência. Para finalizar, me recordo da campanha que a CBF fez em 2019. Respeito! Essa é a regra do jogo, completou Gustavo”.

Notas oficiais

O Cacerense afirmou que está apurando o caso:

“O Cacerense Esporte Clube reafirma que não compactua com qualquer ato de violência dentro ou fora de campo. Estamos apurando a conduta do profissional envolvido e tomaremos as medidas cabíveis. Manifestamos nossa solidariedade ao assistente Gustavo Anibal e a todos os árbitros, que têm papel fundamental no desenvolvimento do futebol”.

A Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) também se manifestou:

“É fundamental que situações como esta sejam tratadas com a seriedade que merecem, pois não apenas afetam os envolvidos, mas também denigrem a imagem do futebol em nosso estado. Esperamos que o julgamento sirva não apenas para a responsabilização dos envolvidos, mas também como exemplo claro de que a ética e o respeito são pilares fundamentais em nosso esporte”.

O caso foi encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso (TJD-MT). Samir Joaquim Chaves Silva pode responder por agressão física e injúria, além de sofrer punições esportivas.

Dentro de campo, o Mixto venceu por 2 a 0, se classificou para a semifinal e eliminou o Cacerense da competição.

 

 

 

 

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