Dados do Observatório Caliandra, do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), apontam que o estado registrou 53 casos de feminicídio somente este ano. Os números ultrapassam os registrados em 2024 e muitos casos chocaram a população pela frieza e os requintes de crueldade.
Em 2024 o estado registrou 47 casos de feminicídio e foi líder, pelo segundo ano consecutivo, do ranking nacional.
De acordo com o levantamento, os meses de maio, junho, julho e outubro concentram o maior número de ocorrências. O relatório também mostra que 21 dos crimes ocorreram à noite, 15 pela manhã e 9 à tarde. Os dias da semana com mais registros são quinta-feira, sábado e domingo, revelando um padrão de violência que se repete nos fins de semana.
O último caso registrado aconteceu no dia 11 de dezembro, na cidade de Citriguaçu (956 km de Cuiabá). Fabiana Amorim, 37 anos, que foi assassinada a golpes de faca dentro da casa onde morava.
Ela foi achada morta na área externa e ao lado de seu corpo, estava seu filho autista de apenas 5 anos. O autor do crime, companheiro dela, Rodrigo Albring, de 31 anos, foi preso em flagrante. Em depoimento, ele contou que matou a mulher após levar um tapa na cara durante uma briga.
Outro caso brutal ocorreu em Nobres, na segunda-feira, 13 de outubro.
Jucieli Ribeiro Caju Boa Morte, de 30 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro, Luciano Oliveira de Souza, de 32 anos.
Jucieli saía de casa com o atual namorado quando foi surpreendida pelo criminoso armado. O casal tentou fugir, mas Luciano arrombou a janela e invadiu o imóvel. A mulher foi atingida por dois tiros e morreu no hospital. O namorado reagiu, entrou em luta corporal com o agressor, tomou a arma e matou Luciano.
O casal havia ficado junto por um ano e cinco meses, mas, após o término, Luciano não aceitava o fim do relacionamento. Jucieli já havia sido agredida duas vezes e possuía medida protetiva contra o ex.
Em Sinop, no dia 6 de outubro, Geovana Diogo da Silva, de 21 anos, foi morta asfixiada pelo namorado, Pedro Padilha de Oliveira, de 53 anos, dentro de um quarto de hotel.
O homem foi preso horas depois e, em depoimento, confessou o crime, afirmando que matou a companheira após descobrir uma suposta traição. Ele foi autuado em flagrante e permanece preso.