Pai e filho policiais militares vão a juri nesta quinta em Cáceres
Por Diário de Cuiabá e Diário de Cáceres
24/07/2013 - 21:41
Os policiais militares Orlandino Rodrigues Gomes e José Carlos Neves Gomes e o vendedor Valcir Soares de Jesus serão julgados pela chacina ocorrida no dia 18 de setembro de 2009 em Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá). Na ocasião, foram executados Edinaldo Frazão Bezerra, Alex Sandro Lopes de Araújo e Henrique Francisco Lopes.
As vítimas foram atingidas por disparos de arma de fogo e após a morte, os corpos foram escondidos pelas acusados.
O julgamento será amanhã pelo Tribunal do Júri da Comarca de Cáceres e presidido pelo magistrado Jorge Alexandre Martins Ferreira. Os três foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por homicídio qualificado (por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa por parte das vítimas e ocultação de cadáver).
Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), os crimes foram motivados pela venda de uma chácara, cujo pagamento seria em cocaína, mas na verdade, descobriu-se que a intenção era executar as vítimas para ficar com a propriedade rural. Para isso, contrataram o vendedor, para ajudar na pistolagem.
A chacina ocorreu no dia 8 de setembro de 2009, em uma chácara situada na localidade no “Facão”, em Cáceres.
Dias antes, os PMs foram vistos negociando com as vítimas Edinaldo e Alex Sandro a venda de três chácaras situadas na localidade do “Facão”.
Os imóveis seriam pagos com 20 quilos de cocaína. Assim que a negociação foi fechada, os proprietários das chácaras transferiram os imóveis para o nome do policial Orlandino, sua nora Silvana Cristiane de Araújo e sua cunhada Sonia Inês Neves.
“Apesar dos PMS terem acertado que o pagamento seria feita em “droga”, tudo não passou de mera simulação, já que eles não estavam dispostos a pagar pelas terras e decidiram que matariam os ex-proprietários das chácaras”, diz um trecho da denúncia.
Em outro trecho, o MP destaca que “para ajudar no crime, os policiais “contrataram” o vendedor por R$ 3 mil. A missão dele era vigiar a chácara na data da execução para garantir que os três não deixariam o local. Ele seria incumbido ainda de ajudar no transporte para a ocultação dos corpos”.
Depois de tudo acertado, no dia do crime as vítimas e os policiais se encontraram na chácara, onde teoricamente receberiam a droga prometida. Valcir ficou de prontidão fazendo vigia, enquanto os policiais foram até a chácara. Assim que chegaram os PMS, teriam atirado matando os três. Consumada a chacina, os indiciados colocaram os corpos num Gol que foram jogados em Porto Estrela (194 km a médio-norte de Cuiabá). Os corpos foram jogados em locais diferentes, ao londo da estrada.