Tragédia no Pantanal:Marinha e Bombeiros suspendem buscas hoje às 13 horas
Por Diário de Cáceres/Clarice Navarro Diório
01/08/2013 - 09:02
As equipes do Corpo de Bombeiros e da Marinha de Cáceres irão suspender as buscas ao corpo do piloteiro Wandenor Alves de Jesus, 43, conhecido como "Claudio", a partir das 13 horas desta quinta-feira,01. É quando expira o prazo de sete dias de buscas. O piloteiro é uma das três vítimas do acidente ocorrido na sexta-feira, 24, no rio Paraguai, em Cáceres, na região do Hotel Baiazinha.
Além dele, no barco estavam dois turistas que integravam um grupo que pesca todos os anos no Pantanal de Mato Grosso. A embarcação virou, devido a uma rajada de vento e também devido a alta velocidade que desenvolvia. Um dos turistas sobreviveu, conseguindo boiar até ser resgatado por outra embarcação. O empresário Eduardo Donizete Francisco, de 39 anos, paulista que residia em Minas Gerais, se deseperou e ao ser ajudado pelo piloteiro, se agarrou ao mesmo e os dois se afogaram. O corpo do empresário foi localizado no final da tarde de segunda-feira, boiando na Baia dos Marimbondos, 2,5 km rio abaixo do ponto do acidente.
Até as 9 horas de hoje, o corpo do piloteiro não havia sido encontrado. A embarcação também submergiu e não foi achada.
Mergulhadores fizeram buscas por dois dias, e agora aumentaram o raio de ação e prosseguem as buscas por visualização, pois é esperado encontrar o corpo flutuando, como aconteceu com o turista.
A reportagem conversou com um dos mergulhadores da equipe do Corpo de Bombeiros, e ele disse que é pouco provável que o corpo do piloteiro esteja preso a galhos ou raízes. "Mergulhamos e na região, o fundo do rio é arenoso. Passamos uma arame ao longo do rio e não achamos obstáculos. Com o tempo, o corpo entra em decomposição e os gases acumulados fazem com que ele inche bastante, o levando a flutuar. Acredito que é questão de tempo para achar a segunda vítima".
O corpo de Eduardo foi reconhecido por um dos irmão que veio até Cáceres. Já estava desfigurado, mas foi possível o reconhecimento. Quem encontrou o corpo foi o proprietário do Hotel Baiazinha, onde Eduardo estava hospedado com um grupo de turistas.
Marco Aurélio Martimiano de Araújo, conhecido como Lelo, chegou na segunda-feira ao hotel e de imediato começou a ajudar nas buscas. Conhecedor da região, ele saiu de lancha com um piloteiro. Deixando o leito do rio e adentrando a baía, avistaram o corpo boiando e voltaram para avisar as equipes de busca do Corpo de Bombeiros e da Marinha.
O bombeiro mergulhador disse que o natural é o corpo seguir a corrente da água. "A partir de hoje aumentamos bastante o raio de ação. Acredito que logo obteremos êxito nas buscas".
A proprietátia do Hotel Baiazinha, Lulúcia Pinho, informou que toda a estrutura que o local possui (piloteiros e embarcações) está envolvida nas buscas, e que as buscam continuam até que seja encontrado o corpo do piloteiro, que trabalhava para o hotel há bastante tempo. "Para nós é prioridade encontrá-lo"-afirmou.
O ACIDENTE
Eduardo integrava uma equipe de turistas que todos os anos pescam no Pantanal de Cáceres. O grupo chegou na quinta-feira ao hotel Baiazinha, que fica as margens do rio Paraguai, a 100 km de Cáceres.
Na sexta saiu para pescar com um integrante do grupo. G.C., de Goiás, e com o piloteiro.
O acidente aconteceu por volta das 13 horas, quando eles retornavam ao hotel. Segundo o depoimento do sobrevivente G., uma rajada de vento e a velocidade da embarcação foram os motivos do acidente.O arco estava com uma inclinação para a direita e virou. Ainda segundo o sobrevivente, eles já haviam alertado o piloteiro para que diminuísse a velocidade.
Quando o barco virou, G. conseguiu boiar e o piloteiro foi tentar ajudar Eduardo, que se debatia. Foi agarrado pelo turista e ambos afundaram. Nenhum dos três usava colete salva-vidas.