Uma onça pintada foi vista por diversos pescadores, moradores da localidade do Empa e funcionários de pousadas localizadas a beira da baía da Campina, cerca de 10 km do centro da cidade. Os relatos dão conta que o animal tem se aproximado bastante das casas ribeirinhas. Ontem (1/10) a noite o som de vacas e bois ouriçados levou medo a quem mora na região. Hoje pela manhã pegadas do felino foram encontradas dentro da Pousada 2 de Ouro (na foto). O diretor da SEMA, Hélio Maldonado informou que nenhum registro oficial havia sido feito até o momento. Por telefone o comandante Jean Lima garantiu que uma equipe irá ao local para uma análise mais aprofundada. Segundo o médico veterinário Luis Miguel D’Angelo, a região de Cáceres e Poconé é bem preservada e as onças nesse ambiente podem ocupar um espaço de até 5 mil hectares para procurar uma caça. Ele salienta que a aproximação do animal, que é considerado um dos mais perigosos da América do Sul, esta acontecendo em decorrência da degradação ambiental e pela poluição dos rios. Ele informou ainda que estressada e fora de seu habitat natural, a onça, como qualquer outro animal, fica estressada e pode oferecer perigo e lembra que o local onde o felino foi visto é a entrada do pantanal. As onças-pintadas do Pantanal Mato-grossense estão cada vez mais sendo avistadas pelos turistas e moradores de Cáceres. Esta aproximação com o ser humano tem deixado as autoridades em alerta e a Marinha do Brasil tem orientado os condutores de embarcações que navegam pelo Rio Paraguai, em Cáceres, a não ficar perto das margens nas regiões de mata fechada. O objetivo da ação é evitar possíveis ataques de onças-pintadas. Ataques Nos últimos anos foram registrados em Cáceres alguns ataques. Em 2008, um pescador foi atacado e morto por duas onças enquanto dormia. Em 2011, um adolescente de 16 anos foi atacado por uma onça, enquanto pescava, em Cáceres. O rapaz teve ferimentos na cabeça e foi internado em estado grave, felizmente conseguiu sobreviver. Há duas semanas dois rapazes relataram que foram perseguidos por uma onça quando atravessavam um braço do rio Paraguai, no bairro do Jardim das Oliveiras, entretanto não registraram queixa. Na semana passada, um pescador teria acertado o animal com uma barra de ferro, quando o mesmo se aproximou de uma criança na beira do rio, o caso também não foi registrado. Ao não informar as autoridades a presença de animais ferozes, a população fica desprotegida, pois se não há informações oficiais, muitas vezes os fatos geralmente são encarados como boatos e as autoridades responsáveis não podem iniciar a captura. Quando capturadas, as onças são devolvidas para os locais de origem.