Projeto cria ‘Viagra’ grátis para idoso
Por YURI RAMIRES/Diário de Cuiabá
11/10/2013 - 09:58
Preocupado com a saúde da população masculina com mais de 60 anos, o vereador Mário Nadaf (PV) apresentou na Câmara de Cuiabá um projeto de lei que visa à distribuição de medicamento para disfunção erétil aos idosos no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Secretária Municipal de Saúde.
A proposta, apelidada pelas pessoas que acompanhavam a sessão de “Pinto Feliz”, surgiu durante a campanha eleitoral e foi um pedido de grupos da ‘melhor idade’, argumenta Nadaf.
A preocupação do vereador é com a automedicação, que pode ser feita de maneira errada e ocasionar a morte.
De acordo com o projeto, homens com idade acima ou superior a 60 anos e que tenham renda comprovada de até dois salários mínimos podem ser beneficiados. Mas para receber o medicamento, deverá passar por uma consulta com um médico para diagnóstico e assim, receber a prescrição.
O vereador afirma que a polêmica deve ser deixada de lado. “Temos que deixar de ser hipócritas e acreditar que a melhor idade não possui uma vida sexual ativa. O Partido Verde está em atuação e quer quebrar tabus”, destacou.
Defendendo o projeto, Nadaf acrescenta que as pesquisas afirmam que ter uma vida sexual ativa na terceira idade contribui com a saúde, vez que a circulação sanguínea melhora.
O projeto apresentado será analisado pelas comissões da Câmara e depois será entregue para votação no plenário. O vereador acredita que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara não irá barrar o projeto, uma vez que o mesmo está ligado a questões de saúde pública.
OUTROS OLHOS – A sexóloga Irani Marangão pensa diferente. Ela acredita que a melhor idade precisa de uma reeducação sexual.
“Se houvesse uma forma de trabalhar a sexualidade e fazer com que esses senhores conheçam seus corpos, talvez não seria preciso o uso de medicamento”, destaca.
Porém ela afirma que não é contra o uso da pílula. “Caso haja um acompanhamento médico, não vejo problema algum o uso”, finaliza.
POLÊMICAS – No município de Santo Antônio do Leste (1.063 km de Cuiabá), a ideia não é novidade. Em março 2006, um projeto parecido foi aprovado pela Câmara Municipal. Porém, em novembro do mesmo ano a lei foi suspenso.
A justificativa foi de que a prefeitura não tinha condições de arcar com os custos de médicos especializados para acompanhar os usuários do remédio, além da quantidade de esposas insatisfeitas com traições dos maridos que faziam o uso da pílula.