A segunda fase da operação Ararath custou caro para um dos envolvidos. Após ter sido citado na investigação da Polícia Federal que apurava, inicialmente, crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e contra a administração pública, o presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Giancarlo Castrillon, foi demitido pelo governador Silval Barbosa (PMDB). A exoneração ocorreu no final da tarde desta quarta-feira (27) e deve ser publicada no Diário Oficial de hoje. O ex-presidente afirma ter recebido a notícia com naturalidade. “Vejo isso com naturalidade, afinal este cargo não é de concurso público”, disse. Castrillon foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira (25). Na sua casa teria sido apreendida a maior parte do total de R$ 230 mil em espécie encontrados pela Polícia Federal. Ele, no entanto, sustenta que o valor é referente a economias feitas ao longo do ano e da venda de um veículo. “Não tenho nada para esconder, tanto que o dinheiro estava na minha casa”, pontuou. Outro ponto curioso envolvendo o ex-presidente do Detran diz respeito justamente a um de seus veículos. Isso porque na casa do juiz federal Julier Sebastião da Silva teria sido apreendida uma Pajero que pertenceria ao empresário Osvaldo Alves Cabral. Acontece que o carro vendido ao qual Castrillon se refere é do mesmo modelo. Conforme ele, a venda ocorreu em abril deste ano, mas a transferência de propriedade ainda não foi feita. “A minha é uma Pajero Full preta. A que foi apreendida com ele foi uma prata, blindada, esporte. São modelos diferentes”, defende-se. AUDITORIA – No início deste mês Silval já havia determinado uma auditoria nas contas do Detran. O objetivo era saber como foram gastos R$ 38 milhões enviados para o custeio da autarquia. A medida foi adotada diante da greve dos servidores, que reivindicavam melhores condições de trabalho.