Além de logística e infraestrutura, a segurança na área de fronteira entre Mato Grosso e a Bolívia é uma questão que preocupa os produtores rurais da região do Vale do Guaraporé, no oeste do Estado, que cobram mais policiamento e acompanhamento da sanidade animal. A extensão de 150 km de fronteira seca abrange 22 municípios e milhares de propriedades rurais. O assunto foi uma das pautas discutida durante a visita da equipe do Pensar MT em Pontes e Lacerda, realizada terça-feira (22.04).
O projeto Pensar MT é uma iniciativa do Fórum Agro MT, formado pelas entidades Famato, Aprosoja, Ampa, Acrimat, Acrismat e Aprosmat. De abril até maio, diversos municípios serão visitados pelo fórum que fará um levantamento das principais demandas do setor produtivo e da sociedade. Parte da pesquisa é conduzida pela Fundação Dom Cabral (FDC). No final do trabalho será elaborada uma agenda positiva para ser entregue aos futuros candidatos ao pleito eleitoral de 2014.
Para o presidente do Sindicato Rural de Pontes e Lacerda, Ogerson Teodoro da Silva, as discussões auxiliarão na busca de alternativas para os problemas da região. “Vivemos em uma região muito insegura e precisamos do olhar mais atento dos governantes. A fronteira está abandonada, há apenas dois pontos do Gefron na região e as polícias Federal e Rodoviária Federal estão com falta de efetivo suficiente para atender a demanda. Esperamos que a agenda do Pensar MT sensibilize o governo para aumentar o policiamento na região”, destaca Silva.
O acompanhamento da sanidade animal na fronteira preocupa o produtor rural Luciano Barbosa, que possui propriedade na divisa com a Bolívia. Ele destaca que o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) não tem estrutura para realizar o acompanhamento de forma eficiente. “Em propriedades como a minha, que estão na fronteira, a vacinação do gado deve ser feita com acompanhamento do fiscal do Indea, mas o órgão não tem estrutura para isso. Faltam profissionais e veículos e quem acaba pagando é o produtor, que corre o risco de ter seu rebanho contaminado e ainda será multado caso isso aconteça. Cobramos muito do poder público para reforçar esta ação, que além de segurança é uma questão de saúde”, frisa Barbosa.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, que representou as entidades do Fórum Agro MT no evento, comenta que a agenda do projeto está sendo construída com as demandas gerais do Estado, entre elas estão a logística, questões fundiárias, indígena, tributária e ambiental, assim como as peculiaridades de cada região. “Por onde passamos até agora, cerca de 70% dos pleitos são relacionados à logística e infraestrurura. Mas cada região tem suas demandas próprias, como é o caso da região Oeste, com a questão da segurança na fronteira. Este é o momento exato para os produtores e a sociedade discutirem juntos os problemas, como estamos fazendo com o Pensar MT e cobrar melhorias do governo”, afirma Fávaro.
Logística - O vice-presidente da região III da Famato, Alessandro Casado, pontua as más condições das rodovias vicinais da região como um problema que precisa ser resolvido. “Muitos produtores não estão conseguindo nem chegar em suas propriedades. Nas estradas da região, há mais de 20 pontes de madeira praticamente caindo. Isso tem que ser trabalhado pelo governo do Estado como prioridade”, aponta Casado.
Nesta quarta-feira (23.04) será a vez de os produtores rurais de Cáceres apontarem suas demandas para as próximas eleições. O encontro será às 19h, no parque de exposições. Amanhã (24.04), a reunião será em Cuiabá, às 19h, no centro de eventos do parque de exposições.
Para mais informações acesse www.pensarmt.com.br ou mande e-mail para pensarmt@sistemafamato.org.br. O telefone para contato é (65) 3928-4555.