Um dos vernáculos mais repetidos essa semana além de Copa do Mundo foi “ Crise” – estamos vivendo realmente uma crise em diversos âmbitos e isso tem um reflexo na vida de todos nós. Vivemos a crise da inversão de valores, da falta de humor, da falta de amor e entendimento das pessoas, da falta de uma orientação espiritual constante e ativa e inclusive de não ver na seleção alguns nomes que entendemos que poderiam fazer a diferença em momentos decisivos. Na verdade a palavra “Crise” vem do grego "krísis", que significa, segundo o dicionário "Houaiss", "ação ou faculdade de distinguir". A crise financeira sulcada no núcleo do capitalismo mundial avança para todos os países, com ameaças danosas para todos os setores da economia e nos impõe a todos a necessidade de fazer escolhas. No Brasil, os efeitos dessa crise foram até certo ponto menores em comparação com outros países do planeta. Isso se deve às boas condições macroeconômicas e às políticas sociais, que, dentre outros fatores, estão dando mais robustez ao nosso mercado interno. Elas protegem o poder de compra das pessoas mais pobres, mantendo aquecido o mercado interno, o que ajuda diretamente as pequenas economias, barrando o ciclo da crise.O aumento anual do valor do salário mínimo e a rede de garantia de renda contribuíram decisivamente para que a base da pirâmide social não fosse tão atingida. Hoje uma beneficiária do Bolsa Família, está conseguindo manter os filhas em cursos de informática e inglês. A experiência brasileira tem tido uma boa repercussão, em razão das dimensões dos programas e de seus resultados. Evidentemente salários baixos e exclusões sociais existem. Movimentos sociais ameaçam, temos invasões em propriedades particulares, greves e protestos urbanos e rurais. Predomina a preocupação social. Discursos inflamados e promessas de se acabar com a miséria no país através de projetos voltados para a área social reanimaram a sociedade abatida pelas falsas promessas. Precisamos, sim de uma política que tenha supedâneo na articulação entre políticas econômicas e políticas sociais.Apesar de inúmeros protestos contra a Copa, os ingressos para as finais e semifinais estão esgotados. As quartas de final possuem ingressos apenas para cadeirantes em Fortaleza/CE. Mesmo assim não percebo o mesmo clima festivo que vi outrora neste país. Temo também, que a propalada modernização dos aeroportos e das redes de transporte urbanos não será tão eficiente, até porque pelas cidades que eu passei pude comprovar que não ficaram prontos. E que o legado que a COPA 2014 nos deixará pode não ser tão interessante assim. Resta-nos, por enquanto, ter esperança tanto no êxito da seleção, quanto na diminuição da voracidade da crise e que a paz e os valores morais e cívicos da família sejam realimentados. |
*Articulista