Não há uma estatística, mas o assédio moral é uma prática muito recorrente nos bancos públicos e privados existentes em Mato Grosso. Nos últimos dias, com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MT) em condenar a Caixa a pagar R$ 20 mil em indenização para um empregado, os trabalhadores do ramo estão mais encorajados em denunciar os casos.
Esse tipo de violência moral é caracterizada pela exposição contínua do trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras. “Essa prática é alta e muito de difícil de comprovar. Mas, a gente entende que é um mal que acomete o trabalhador e prejudica a sua vida profissional, social e familiar”, disse o presidente do SEEB/MT, José Guerra.
No processo é relatado que o bancário R.F.L. era assediado por sua gerente. Entre suas atitudes, ela fazia exposição em público e humilhação do trabalhador, o que foi presenciado por clientes. Após sucessivas ações abusivas por parte da gerente, o trabalhador recorreu ao Sindicato, que fez a defesa do bancário junto ao TRT.
Porém, conforme Guerra, outros três funcionários do banco também movem ação contra a mesma gerente. Nestes demais casos, o processo ainda está em andamento. “O assédio deixa a pessoa desanimada, baixa a produtividade e causa danos psicológicos e psíquicos. Temos gente afastada pelo INSS (Instituto de Seguridade Social), o que acarreta em mais custo”, frisou.
Segundo Guerra, as denúncias que têm chegado até o sindicato são de trabalhadores que atuam tanto em bancos públicos e privados. Porém, neste último caso, o receio em denunciar é maior devido o medo de perder o emprego, apesar de todo o transtorno que o trabalhador enfrenta. “É importante que as denúncias sejam feitas até como uma forma de tentar diminuir os casos”, orientou. O fim do assédio moral é uma das bandeiras de luta da categoria, que está em plena campanha salarial.