Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Vacina contra a Aids pode ser licenciada, dizem cientistas
Por G1
16/07/2012 - 09:38

Foto: arquivo
Cientistas acreditam que o licenciamento de uma vacina contra a Aids pode acontecer em breve. Entre os dias 22 e 27 de julho, o pesquisador Barton Haynes, da Universidade Duke, na Carolina do Norte, EUA, vai apresentar um relato sobre os progressos nesse tipo de estudo, durante a conferência anual da Sociedade Internacional da Aids. "Conhecemos o rosto do inimigo", disse Haynes, que até recentemente dirigiu o Centro de Imunologia para a Vacina do HIV/Aids, consórcio de pesquisas fundado em 2005 e suspenso em junho pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA. Seu objetivo era identificar e superar obstáculos que surgem no desenvolvimento de vacinas contra o HIV. Apesar dos avanços, o cientista sabe que o HIV é um vírus bem mais "astuto" do que se pensava. Ao contrário de muitos micro-organismos causadores de doenças infecciosas, o HIV é um alvo altamente mutável, gerando continuamente versões diferentes de si mesmo. Além disso, cepas diferentes afetam populações distintas ao redor do mundo. E o vírus é especialmente pernicioso por atacar o sistema imunológico, ou seja, o mecanismo que o corpo usa para reagir à infecção. Em 2009, um teste clínico na Tailândia foi o primeiro a mostrar que pode ser possível evitar a contaminação pelo HIV em humanos. Desde então, as descobertas apontam para vacinas ainda mais poderosas usando anticorpos que combatem o vírus. Mas uma série de tentativas frustradas – incluindo um teste em 2007 com uma vacina da farmacêutica Merck que parecia tornar as pessoas mais vulneráveis à infecção, em de protegê-las – lançou uma sombra duradoura sobre as pesquisas nesse campo. Numa infeliz entrevista coletiva em 1984, a então secretária de Saúde dos EUA, Margaret Heckler, previu precipitadamente que uma vacina eficaz contra a Aids estaria disponível em dois anos. Graças a medicamentos capazes de controlar o vírus durante décadas, a Aids não é mais uma sentença de morte. As novas infecções caíram 21% desde o auge da pandemia, em 1997, e avanços na prevenção – por meio de programas voluntários de circuncisão, prevenção da transmissão vertical (de mãe para filho) e tratamento precoce – prometem reduzir ainda mais a incidência. Ainda assim, estima-se que haja até 34 milhões de soropositivos no mundo. E, com 2,7 milhões de casos só em 2010, especialistas dizem que a vacina continua sendo a maior esperança de erradicação da doença.
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