No Pantanal Mato-grossense na região de Cáceres, a onça é o animal mais procurado por pesquisadores e turistas. O ecólogo norte-americano Douglas Trent, pesquisador-chefe do Projeto Bichos do Pantanal, vive no Brasil há mais de 30 anos e boa parte deste tempo tem sido dedicada ao estudo do comportamento do animal.
A decisão de focar o trabalho na preservação da onça veio logo depois do primeiro encontro do pesquisador com o animal em 1980. Atualmente a pesquisa inclui a contagem da população do maior felino das Américas para saber como os impactos ambientais estão interferindo na distribuição deles na bacia pantaneira.
Douglas Trent está sempre bem equipado caso encontre um destes bichos nas viagens que faz rotineiramente de barco pelo Rio Paraguai, um dos principais formadores do Pantanal. Câmera, microfone para captar o som, um laser para apontar os animais, celular com GPS e binóculo são parte dos apetrechos. ''Preciso do binóculo porque tenho que identificar os animais, são parecidos uns com os outros. Se não ver bem, pode acontecer um erro'', observa.
Vagno Pereira pilota barcos noPantanal há três décadas e conta do sufoco que passou ao encontrar uma onça pela primeira vez. "Eu estava com um grupo de pescadores e quando subíamos na embarcação encontrei a onça. E o motor que não pegava... A onça estava mais assustada com a gente e com o barco do que a gente com ela. Demos ré, filmamos e tiramos fotos. Acabou tudo bem. Ela é linda, por isso que a gente corre atrás dela”, comenta.
O biólogo Orilzo de Campos ainda não teve oportunidade de ficar frente a frente com uma onça-pintada. ''Ainda não vi, mas tenho muita curiosidade. A emoção é justamente você não saber o que vai encontrar. Ver fora do zoológico deve ser uma emoção única”, diz.
Além das onças, o projeto também inclui o estudo das aves. “Sempre tem aves aqui e muitas delas são migratórias, vão e voltam em outras épocas. Podemos pegar mês por mês, ano por ano, e realmente entender o que está acontecendo com cada espécie de ave nessa área de pesquisa”.
O Projeto Bichos do Pantanal, iniciado em 2013, é conduzido pelo Instituto Sustentar de Responsabilidade Socioambiental, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).