Tudo é tão bom e AZUL
E calmo como sempre
Os olhos piscaram de repente
Um sonho
As coisas são assim
Quando se está amando
As bocas não se deixam
E um segundo não tem fim
Um dia feliz...Às vezes é muito raro
Falar é complicado
Quero uma canção
Fácil, extremamente fácil
Pra você, e eu e todo mundo cantar junto !
Todos os dias milhares de pessoas discutem o amor ou por amor. O amor que não se compreende, as tentativas de reconciliação, a resistência de um lado e a vontade de não perder do outro. E porque é tão difícil a harmonia acomodar-se em sua plenitude em nossos lares. Fica ainda mais difícil, se tem crianças envolvidas ou esperando esta decisão. Pra mim, assim como as estrelas do céu, todas as crianças são especiais. Mas tenho certeza que tudo ficaria mais fácil, se as pessoas se permitissem mais, se realmente deixassem o amor fluir e oportunizassem o amanhã. Por isto um trecho da música “Fácil” de Wilson Sideral, eternizada pela banda Jota Quest. E neste fragmento de música destaco a frase “ Tudo é tão bom e azul e calmo como sempre(...)” e este trecho nos faz lembrar do abril azul.
O Abril é Azul, porque, em vários rincões do país ocorrem movimentos em prol da reflexão acerca dos direitos da pessoa autista. E neste aspecto muitos consideram o “azul “ a cor do transtorno, haja vista, que nascem cinco vezes mais crianças do sexo masculino com este espectro. A ONU escolheu o dia 02 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. E em função disto, com muita luta de familiares, imprensa e estudiosos, conseguimos chegar a lei 12764/12 que instituiu a política de proteção dos direitos do autista, cujo primeiro passo concreto foi possuir a primeira clínica escola pública do país para dar atendimento multiprofissional, ressaltando o interesse totalmente voltado para a sua inclusão escolar e social, na cidade de Itaboraí/RJ, cidade com aproximadamente 225 mil habitantes.
Desde maio de 2013 o autismo, tanto quanto a síndrome de Asperger foram incorporadas, no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), que é definido pela presença de déficits persistentes na comunicação e na interação social em múltiplos contextos ou por história prévia. Suas causas ainda demandam muito estudo, embora, adianta-se que além da carga genética existe o ambiente de criação, poluição, complicações na gravidez, contaminação por mercúrio e sensibilidade a vacinas. Rain Man (1988) ganhador do Oscar de melhor filme, é um dos que relatam através da brilhante interpretação de Dustin Hoffman (Raymond) um pouco de uma das formas de identificação do autista e ensina lições de vida durante a longa viagem através do país rumo a Los Angeles. Mas como a vida não é um filme e o final feliz não está garantido; da mesma forma que se você brigar com a mulher da sua vida, ela não vai estar sorrindo, na chuva, no amanhecer do outro dia, pedindo pra voltar. Certamente não se acaba com a discriminação, não se educa ou se aprende a viver por decreto. É uma luta diária e desculpe dizer...nada fácil !
Por Rosildo Barcellos
*Articulista