O enfermeiro Evanderly de Oliveira Lima, de 45 anos, foi condenado nesta terça-feira (28) a 18 anos e seis meses de prisão pela morte da juíza Glauciane Chaves de Melo. O julgamento do réu durou mais de 14 horas, no Fórum de Alto Araguaia, a 426 km de Cuiabá. A magistrada foi assassinada com dois tiros na nuca dentro do Fórum de Alto Taquari, a 509 km da capital, onde atuava, em junho de 2013.
Uma das oito testemunhas que prestou depoimento disse ter sido procurada por Evanderly poucos dias antes do crime para a compra de uma arma. No entanto, o réu negou ter comprado a arma no intuito de matar a ex-mulher e alegou que já tinha o revólver para a caça de animais. Durante o júri, Evanderly disse que tinha esperança de reatar o relacionamento com a juíza. À época do crime, eles estavam separados havia seis meses. Parte da condenação refere-se ao porte ilegal de arma de fogo. Durante o julgamento, ele disse que não tinha o registro da arma usada no crime. Foram dois anos de prisão por porte ilegal de arma e 16 anos e seis meses pelo homicídio.
Cerca de 80 pessoas acompanharam o julgamento. Policiais fortemente armados fizeram a segurança do local. A primeira testemunha ouvida foi a mãe da juíza. Ela pediu que o réu se retirasse do plenário. Maria de Lurdes Chaves de Melo ficou emocionada durante os 40 minutos de depoimento.
Uma assessora da magistrada que testemunhou o crime também prestou depoimento. Ela disse que ouviu a discussão e depois ouviu o barulho dos dois disparos que atingiram a vítima.
Ao todo, oito testemunhas de defesa e acusação prestaram depoimento. O réu ficou o tempo todo de cabeça baixa. Ele chorou durante o depoimento. Ao final do julgamento, Evanderly foi levado de volta para a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. O advogado de defesa dele, Edno Damascena, não pretende recorrer da decisão.